O ambiente reage

Em extensa reportagem que abre sua seção de economia, O Globo (gratuito, pede cadastro) diz que o Ministério do Meio Ambiente, sem muito alarde, não está se incomodando com as críticas da ministra Dilma Roussef a lentidão do processo de licenciamento ambiental para obras de grande porte. Diz que vai continuar a trabalhar como sempre trabalhou e que a demora deve-se a necessidade de se dar uma licença que seja juridicamente perfeita, para evitar contestações posteriores nos tribunais. Ponto para as árvores e os bichos. Lê-se em cinco minutos.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004

Reviravolta

A Comissão de Educação do Senado aprovou substitutivo ao projeto de Lei de Biossegurança que na prática coloca de novo nele a autorização para que sejam feitas no país pesquisas com células-tronco. A notícia está em O Estado de S. Paulo (só para assinantes). A leitura é rápida.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004

Batata “quente”

Uma batata que nasce de semente transgênica criada pela empresa holandesa HZPC está agitando o mercado do tubérculo nos Estados Unidos, diz o The New York Times (gratuito, pede cadastro). O consumo de batata, por conta da mania de dietas que pregam redução radical na ingestão de carbohidratos, desaba a olhos vistos entre os americanos.Em dois anos, caiu quase 5%. A nova batata, que tem menos de 30% de carbohidratos, pode ajudar a mudar o rumo da curva de consumo. Na Flórida, no entanto, pode fazer até mais. Seus plantadores, que reunidos numa cooperativa compraram direitos exclusivos sobre a semente da HZPC, acham que ela devolverá à agricultura local sua proeminência na produção nacional. Há duas décadas, o estado estava entre os maiores produtores de batata do país. Hoje, não planta nem 2% das batatas que os americanos, cada vez mais, comem menos.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004

Bem ou mal?

Outra sobre engenharia genética vegetal, também no The New York Times (gratuito, pede cadastro). Nos Estados Unidos, alguns pesquisadores estão propondo às Prefeituras o uso de plantas genéticamente modificadas para limpar solos ou espelhos d’água contaminados e combater insetos e pragas vegetais. Na superfície, soa atraente. Mas a idéia é controversa. Ambientalistas apontam para a impossibilidade de controlar a expansão das plantas transgênicas. O polen viaja a longas distâncias. Pode portanto migrar para a população de plantas naturais, danificando ecossistemas inteiros.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004

Já é proibido

No Brasil, não chega a ser uma preocupação. Mas nos Estados Unidos há muito se discute o impacto da proliferação de jipes – coisa do tamanho de um Pajero Full, Nissan Xterra e Blazer – no trânsito das cidades. Imbatíveis na lama, são acusados de ser assustadores no asfalto. Em qualquer acidente entre um carro e um jipe, nunca deu empate. O jipe, pelo volume, sempre ganha. Mas não é só a questão da segurança que aglutina a oposição contra o uso de utilitários como automóveis. Eles ocupam mais espaço, consomem mais combustível e têm peso muito acima do que as ruas podem suportar. O asfalto vai embora mais cedo que o previsto e o recapamento precisa ser reforçado levando em conta o aumento do número de jipes em circulação. É um veículo que em todos os sentidos custa caro ao contribuinte. E ele começou a perceber. Os políticos, atrás de votos, também. Varias medidas foram introduzidas em Assembléias estaduais e municipais para limitar peso e altura de utilitários com permissão para trafegar em áreas urbanas. Andy Bowers, da Slate (gratuito), descobriu que os projetos de lei são absolutamente desnecessários fazendo uma tremenda reportagem. Não falou com um ser humano. Entrevistou placas penduradas em postes nas ruas e páginas de montadoras de automóveis na Internet. Em todas as cidades que visitou na Califórnia, viu placas banindo veículos com tamanho acima do TR-4 da Mitsubishi ou os Vitaras da Suzuki. Mas ninguém cumpre a lei. Na ruas da Califórnia, como nas daqui, circula coisa muito maior que um Range Rover. Caminhões, por exemplo. Leva pouco mais de 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004

Estranho aliado

As centenárias florestas nativas de araucária no Chile ganharam um protetor inusitado. É a Home Depot, uma empresa americana que detém o título de maior varejista de madeira do mundo. Há 4 anos, debaixo de uma ofensiva de ambientalistas que incluiu piquetes e passeatas na frente de suas lojas nos Estados Unidos, a empresa resolveu adotar estratégia para só comprar madeira de fornecedores que tivessem certificação de manejo ambiental. Viu que seria impossível, dessa maneira, suprir toda a demanda anual de seus consumidores. Chamou seus críticos, os ambientalistas, e com sua ajuda foi ela própria certificar seus fornecedores ao redor do mundo. A Home Depot não tem do que se arrepender com a decisão que tomou, relata o The Wall Street Journal (só para assinantes). Não gastou um centavo a mais de seu orçamento para ter madeiras colhidas de forma "limpa", seus consumidores adoram a novidade e seus executivos se sentem orgulhosos, achando que estão fazendo o bem. O texto é longo, demora 10 minutos para ser lido, mas vale à pena.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004

Jegue em extinção

Nem sempre animais ameaçados de extinção são exóticos ou selvagens. O The Wall Street Journal (só para assinantes) conta que entre os bichos fadados a serem varridos do mapa há um jegue. Sua linhagem não poderia ser mais nobre. A raça, a baudet de Poitou, foi criada na Franca há mais de seis séculos. Mas há várias gerações, por conta de cruzamentos com outros tipos de jegue, o baudet de Poitou puro-sangue começou a sumir do mapa. Quanto mais desapareciam, mais seus criadores insistiam nos cruzamentos consanguíneos. Resultado, além de continuar desaparecendo, os baudet de Poitou puros ficaram com saúde frágil. Hoje, existem apenas 250 deles na França. Outros 100 se espalham pelos Estados Unidos e Alemanha.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004

Inação

Dinheiro nem sempre é o problema quando se fala da preservação ambiental no Brasil. Duro mesmo é a falta de ação. Há 4 anos, o país liberou empréstimo de US$ 200 milhões para financiar um programa de desenvolvimento sustentável no Pantanal. A quantia seria usada para recuperar bacias hidrográficas, controlar o uso de agrotóxicos na agricultura, ampliar as áreas de conservação e promover o ecoturismo. Parte dele iria viabilizar até projetos de saneamento básico em algumas áreas urbanas da região. Até agora, o ministério do Meio Ambiente não usou nem US$ 1 milhão, embora tenha já pago pouco mais do que este valor para manter o empréstimo em disponibilidade no BID. Em outubro, desembarca aqui missão do banco para avaliar o que anda sendo feito com o dinheiro. Como não há nada para mostrar, é provável que recomendem cancelar o financiamento.

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004

Volta ao futuro

No setor elétrico, há quem veja nas críticas da ministra Dilma Roussef ao processo de licenciamento ambiental de grandes obras no Brasil um eco dos desejos das grandes empreiteiras. A ênfase que o modelo petista dá a geração de energia, a opção pelas grandes hidrelétricas em detrimento das usinas térmicas – que não exigem muita obra – e possibilidade da aprovação das parcerias público-privadas (PPP’s) no Congresso mostram que o país está na bica de voltar aos anos 70, a época do Brasil Grande, que fez a felicidade de muito empreiteiro. Para chegar lá, só falta vencer um obstáculo que inexistia há 30 anos: as exigências de licenciamento ambiental.

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004

Crise de identidade

MSC - Kiko, lá vai o rascunho do “quem somos”, que você me encomendou. É para ser corrigido e criticado:O Eco é um site jornalístico ligado no...

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004