Sujeira eficiente

Uma série de operações industriais espalhadas por países em desenvolvimento estão conquistando viabilidade economica graças a redução de custos no uso de energia. É o caso da brasileira Votorantim, e da cimenteira mexicana Cemex. A reportagem do The Wall Street Journal (só para assinantes) mostra que elas estão buscando fontes de geração de energia mais barata. É ótimo para seu caixa, mas pelo que diz o jornal, deve ser péssimo para o meio ambiente. Todas as soluções apresentadas envolvem fontes de combustível fóssil, em geral rejeitos como pneus velhos queimados em fornalhas, ou projetos de hidroeletricidade, que demandam grandes obras e inundações para criar lagos artificiais.

Por Manoel Francisco Brito
1 de setembro de 2004

Sem caviar

As Nações Unidas, através de seu braço que controla o comércio internacional de produtos derivados de espécies ameaçadas, proibiu a exportação de caviar da Rússia, Iran, Azerbaidjão e Kazaquistão.Os países, que cercam o mar Cáspio, o maior habitat natural do esturjão, de cujas ovas se produz o caviar, são acusados de não cumprirem acordo internacional para proteger o peixe. Segundo a ONU, a coleta ilegal está a ponto de varrê-lo daquela região. Reportagem do The New York Times (gratuito, pede cadastro) diz que o centro do problema é a Rússia, onde a herança da mentalidade desenvolvimentista do comunismo incentiva o contrabado e a pesca irregular. A medida não vai afetar a circulação de caviar no mercado russo, mas vai atrapalhar bastante a sua venda na Europa e nos Estados Unidos. Sem o selo da ONU, a sua importação nessas regiões é impossível. O jornal registra que os preços de caviar na América da Norte já começaram a subir por conta da decisão. A ONU já havia banido as exportações de caviar produzidas a partir das ovas de esturjões capturados no Mar Negro e no Rio Amur, entre a China e a Rússia. Leitura de 4 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
1 de setembro de 2004

Prozac na água

Os peixes de vários rios do Texas estão contaminados por quantidades expressivas de antidepressivos e anticoncepcionais despejados pelos municípios da região. Bryan Brooks, pesquisador de uma universidade local documentou o fenômeno, devidamente registrado em reportagem do The Washington Post (gratuito, pede cadastro). Segundo Brooks, níveis altos de estrogênio podem feminizar os peixes machos e a quantidade de antidepressivos encontrada provoca alterações de comportamento. Um dos rios pesquisados, o Brazos, despeja 12 milhões de galões de água diariamente no Golfo do México. Leitura de 1 minuto de leitura. (com Eduardo Pegurier)

Por Manoel Francisco Brito
31 de agosto de 2004

A praga das piscinas

Pelas leis da natureza, não havia meios de de um virus originado na África, às margens do rio Nilo, se espalhar pelo sudoeste americano, onde quase nunca chove. Seu vetor de transmissão é o mosquito, que precisa de água para sobreviver. Por isso as autoridades dos estados desta região não se preocuparam muito quando a doença apareceu nos Estados Unidos. Esqueceram apenas que eles tem uma das maiores incidências de piscinas do país. Só no Arizona, são 400 mil. Resultado, o vírus do Nilo, que provoca febres e diarréia, espalhou-se com ferocidade jamais vista pela região. Infectou quase mil pessoas, diz o The New York Times (gratuito, pede cadastro). Vinte duas delas morreram. Lê-se em 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
31 de agosto de 2004

Justiça contra o descaso

Um tribunal colombiano tomou decisão que o El Tiempo (gratuito) de Bogotá classifica como histórica. Culpou 14 empresas, uma dezena de prefeituras e vários ministérios pela degradação ambiental que transformou o rio Bogotá, que corta a província onde se localiza a capital do país, num depósito de lixo e numa incubadora de doenças. Além disso, determinou que todos ponham a mão no bolso para limpá-lo. Ordenou que os trabalhos sejam supervisionados diretamente pelo gabinete da Presidência da República. Lê-se em 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004

Contaminados

Relatório produzido por médicos e cientistas da Unicamp, registrado por O Globo (gratuito, pede cadastro), diz que é altíssimo o índice de contaminação de trabalhadores em lavoura por exposição a agrotóxicos. Estimam que chegue a 1, 5 milhão o número de pessoas com problemas de saúde provocados por esse tipo de produto, em geral manuseados sem qualquer tipo de proteção, como luvas ou máscaras. O Ministério do Trabalho disse que não acha o número surpreendente, mas não disse o que pretende fazer para reduzir as estatísticas e acompanhar quem já está infectado. O jornal espalhou o assunto por 3 páginas. Para ler tudo, gasta-se ao menos 20 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004

Péssimo ambiente

Como boa parte da luta em favor do meio ambiente depende de organizações não-governamentais, qualquer defensor da natureza de respeito deveria pelo menos passar os olhos em caderno especial que O Estado de S. Paulo (só para assinantes) publicou neste domingo. Ele é inteiramente dedicado às Ongs e mostra que seu ecossistema é para lá de poluído. Mais da metade delas vive de dinheiro público conseguido no Executivo sem qualquer licitação. Suas contas são suspeitas e muitas são utilizadas para terceirizar serviços que, pela lei, deveriam permanecer na esfera de responsabilidade do governo. É leitura pesada. Para ser visto com atenção, demanda pelo menos uma hora.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004

Praga ambiental

Outro jornal, o Zero Hora de Porto Alegre (gratuito, pede cadastro), também publica um caderno. Só que para contar a história da expansão da soja, através dos gaúchos, pelos campos do Brasil. Até 1973, o grão era produzido no sul em pequeníssima escala e usado apenas para alimentar animais. Hoje, virou produto importante na nosa pauta de exportações e uma das principais razões pelas quais o país virou um dos campeões mundiais de desmatamento. Na Internet, o texto publicado é curtinho.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004

Os sem saúde

A Folha de S. Paulo (só para assinantes) traz na sua manchete de domingo reportagem sobre o drama da saúde pública na capital paulista. Um milhão de pessoas, segundo levantamento da própria prefeitura paulistana, não têm acesso adequado a médicos e hospitais. Lê-se em pouco menos de 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004

Escassez

Para nós brasileiros, que no último ano nos acostumamos a ver estatísticas ufanistas sobre a produção da nossa agro-indústria, a notícia é no mínimo surpreendente. Relatório da Organização de Alimento e Agricultura (FAO), braço da ONU que acompanha a produção de comida no mundo, mostra que pelo 5º ano consecutivo o mundo vai produzir menos comida do que precisa para alimentar todos os seus habitantes. A culpa, diz o The Independent da Inglaterra (área gratuita), tem a ver com um crescimento populacional fora de controle, a exaustão de solos principalmente em países em desenvolvimento, e o crescimento da riqueza em nações da América do Norte e da Europa. Suas populações tendem a consumir mais carne e isso demanda mais grãos para alimentar número crescente de animais. O país onde todas estas razões para a falta de alimentos se encontram é a China. Para tentar descobrir o que pode ser feito para pelo menos lidar com um desses problemas, o excessivo número de pessoas na superfície do planeta, as Nações Unidas estão promovendo uma conferência esta semana em Londres. A taxa de fertilidade das mulheres em todo o mundo é cadente. Mas não ainda o suficiente. O texto é curto. Demanda, para ser lido, 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
29 de agosto de 2004