Oremos

Daniel Nepstad, cientista americano que essa semana apareceu no Financial Times defendendo a redução da reserva legal na Amazônia para 50% e esculhambando os dados do Inpe, está indicado para dirigir a área de meio ambiente da Fundação Moore, uma das principais financiadoras de trabalhos de conservação na região Norte do Brasil. Deus salve a Amazônia.

Por Gustavo Faleiros
29 de maio de 2008

Pé no acelerador

A entrevista de Nepstad, veterano de pesquisas na Amazônia, deixou muita gente coçando a cabeça. Afinal de contas, no início do ano, ele assinou um estudo dizendo que modelos processados em computadores indicam que os efeitos do aquecimento global, aliados à ação humana, contribuirão para reduzir a área de floresta na região em 55%. Ao defender a redução da reserva legal e esculhambar o Inpe, Nepstad deve estar afim de adiantar esse processo.

Por Gustavo Faleiros
29 de maio de 2008

Lugar de bandido

Nesta quinta-feira, o Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, recebe em seus salões um notório fora-da-lei, que tem em seu currículo grilagem de terras públicas e estocagem de armas e bombas caseiras com o intuito de combater as autoridades do país. Trata-se do prefeito de Pacaraima, em Roraima, o arrozeiro Paulo Cesar Quartiero, cuja fazenda ocupa ilegalmente terras que estão dentro da Reserva Raposa do Sol. Quartiero vai ao Clube da Aeronáutica para assistir a um seminário em que todos os palestrantes acham a reserva indígena uma ameaça à soberania nacional.

Por Gustavo Faleiros
29 de maio de 2008

O Brasil mudou

Na época da ditadura militar, quando o brigadeiro Ivan Frota estava no comando da Aeronáutica, Quartiero seria o tipo do sujeito que tinha grande chance de acabar na cadeia acusado de terrorismo.

Por Gustavo Faleiros
29 de maio de 2008

Paragominas

Paragominas, Pará, abril, 2008. Operação Arco de Fogo. A entrada da marcenaria parecia legal. No fundo, uma picada levava a uma carvoaria. Eram 400...

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Operação Caipora

A Polícia Federal iniciou nesta quarta-feira uma operação para coibir a extração ilegal de madeira de dentro da Terra Indígena Vale do Guaporé, no oeste de Mato Grosso. Duzentos e trinta policiais cumprem 45 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão nas cidades mato-grossenses de Cuiabá, Cáceres, Pontes e Lacerda, Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Comodoro, além de Vilhena, em Rondônia. Segundo a PF, os índios eram aliciados e funcionários da FUNAI recebiam dinheiro para permitir a entrada de madeireiros. O esquema envolvia ainda PMs, policiais rodoviários, agentes da secretaria de meio ambiente e fazendeiros vizinhos.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Garantias

Segundo Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, o Brasil tem razão em querer pleitear espaço no mercado para seus agrocombustíveis, mas para ser um vendedor competente vai precisar dar garantias de que sua produção não acarretará em prejuízos sócio-ambientais. Mas, com problemas críticos de governança em todo território nacional, confiar neste compromisso é meio arriscado demais.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Balcão de negócios

A insistência da delegação brasileira em transformar a convenção em um balcão de negócios para os agrocombustíveis foi determinante para o prêmio desta quinta. O país resiste em aceitar que o tema seja discutido, afirmando que, se for deste jeito, que se debatam todas as outras fontes de energia. Resultado: discussões bloqueadas. Criticou as objeções dos paises europeus à expansão da cana de açúcar por razões de mercado. Mas, por esse mesmo motivo, não quis falar em principio da precaução, defendendo que os cultivos não colocam segurança alimentar nem a Amazônia em risco.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Motosserra brasileira

O Brasil foi nomeado hoje para receber a Motosserra de Ouro na Conferência das Partes sobre Convenção da Diversidade Biológica (CDB/COP9). O prêmio, dado pelo Greenpeace ao país que mais atrapalhou as negociações para conservação da biodiversidade desta vez vai para o Brasil pelo conjunto de suas posições nos diversos temas da conferência. A premiação acontece no dia em que o novo ministro do meio ambiente, Carlos Minc, chega à Bonn, na Alemanha, para inaugurar a segunda etapa do programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que prevê a criação de mais 20 milhões de hectares de áreas protegidas até 2012 com 105 milhões de dólares.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Emperrado

O Brasil também foi mal nas outras linhas de debate. Nesta quarta, o país não se cansou em declarar que o desmatamento na Amazônia está diminuindo, quando todas as tendências apontam para seu recrudescimento. Foi o único país que se opôs ao estabelecimento de um grupo de especialistas para discutir medidas concretas para reduzir emissões oriundas de desmatamento. E até nas discussões sobre oceanos empacou. Forçou a barra para adiar um consenso na identificação de reservas marinhas em alto mar.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

Surpresa!

Antes do leilão da barragem de Jirau, no Rio Madeira (RO), o consórcio Energia Sustentável perguntou à Aneel: se vencessem, poderiam apresentar um pequeno vídeo? Depois de arrematar a obra com o melhor preço para comercializar energia, Suez, Eletrosul, Chesf e Camargo Corrêa apresentaram propostas de mudanças ao projeto original. Com tamanho imbróglio, o Ministério Público Federal estuda obrigar novos estudos de impacto ambiental, enquanto o governo sequer recebeu oficialmente as propostas de alterações para o gigantesco empreendimento. Segundo o empresariado, a mudança é necessária para garantir os R$ 71,40 por megawatt-hora acertados para venda de energia. Mais informações em www.enersus.com.br.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008

No Cerrado, pode!

As pressões do agronegócio já dão sinais de sucesso junto ao Palácio do Planalto. Preocupado com uma ameaça de quebra de 20 milhões de toneladas de grãos para próxima safra, o governo já estuda passar a mão na cabeça de municípios do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso que estariam no Cerrado mas foram incluídos na Portaria 96/2008 do Ministério do Meio Ambiente, que embasa a Resolução 3.545 do Conselho Monetário Nacional para corte de créditos a propriedades ilegais na Amazônia. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, Lula teria pedido uma solução urgente para o impasse. Mais uma vez, o Cerrado pode pagar a conta das tentativas governistas de preservação da floresta tropical.

Por Redação ((o))eco
28 de maio de 2008