348 km² destruídos de floresta

O desmatamento na Amazônia atingiu 348 quilômetros quadrados em setembro, segundo relatório independente do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O número é quase três vezes mais alto do que a taxa registrada no mês anterior, quando foram detectados 102 km². Apesar disso, ele ainda é menor do que o desmatamento registrado em setembro de 2007, quando a derrubada da floresta contabilizou nada menos de 1.113 km². Segundo o Imazon, o estado recordista em desmatamento no período foi o Pará, que abocanhou 58% do total derrubado. Em seguida vem Mato Grosso (22%), Rondônia (10%) e Amazonas (7%). Os outros estados da Amazônia Legal – Acre, Amapá, Roraima e Tocantins – contribuíram com apenas 3% do total.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Corte raso X degradação progressiva

Os números do Imazon referem-se apenas aos locais onde houve destruição total da floresta (corte raso). Se contabilizadas as áreas de degradação florestal, onde a mata foi parcialmente destruída, a cifra sobre para 693 km², número próximo ao divulgado pelo Inpe para o mesmo período, quando seus satélites detectaram 587 km² de destruição. Segundo o Instituto, a degradação parcial foi registrada no Mato Grosso (40%), Pará (14%), Rondônia (2%) e Amazonas e Acre, que contabilizaram menos de 1% de degradação cada. Cerca de 14% da Amazônia Legal não pôde ser analisada pelo não-governamental devido à cobertura de nuvens. O instituto também não computou os dados da área maranhense, também na Amazônia Legal.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Reservas têm 6% de mata desmatada

Segundo Adalberto Verísimo, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, 87% do desmatamento computado ocorreu em áreas privadas ou dominada por posseiros. Assentamentos de reforma agrária foram responsáveis por 6% da devastação, mesma porcentagem da área destruída em unidades de conservação. A devastação dentro de terras indígenas representou apenas 1% do total.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Pressões futuras

De acordo com Veríssimo, um dos locais que mais concentra pontos de desmatamento é o sudeste do Pará, região muito afetada pela abertura de pastos para criação de gado. Outro local que preocupa o cientista é o sul do Amazonas, onde começam a se concentrar manchas de destruição da floresta. Segundo ele, a pressão ocorre tanto do lado de Apuí, que vem sendo tomada por grileiros, quanto na região Lábrea e Humaitá, na BR-119. Somente o anúncio do asfaltamento dessa estrada já vem causando especulação na região.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Ceará em estado de choque

O Fórum Cearense do Meio Ambiente divulgou uma carta com o posicionamento da entidade sobre as prisões de membros da alta cúpula da política ambiental do estado. Assinado por organizações, movimentos e personalidades conservacionistas, o documento pede a investigação completa das denúncias de favorecimento, corrupção e tráfico de influências nas emissões de licenças para grandes empreendimentos. Além disso, sugere a análise de todas as permissões de obras firmadas na gestão dos servidores sob suspeita e o afastamento de suas funções até que o processo tenha fim. Para conferir o texto na íntegra, clique aqui.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Crédito para Dardanelos

A usina hidrelétrica de Dardanelos recebeu um financiamento de 283 milhões de reais do BNDES na semana passada. O montante equivale a 58% do crédito aprovado para o empreendimento até sua conclusão, prevista para agosto de 2010. A usina está em construção há um ano no rio Aripuanã, extremo noroeste de Mato Grosso. A Neoenergia, que controla a empresa Energética Águas da Pedra, responsável pelo empreendimento, garante que três mil empregos estão sendo gerados por causa das obras. Na pequena e precária Aripuanã, no entanto, os benefícios da intervenção próxima a duas espetaculares cachoeiras são pouco visíveis. A cidade continua dependente do desmatamento para sustentar sua economia e nunca se interessou por investimentos em hotelaria para estimular a visitação turística às suas atrações naturais, agora ofuscadas pela hidrelétrica.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Devagar, quase parando

A Mil Madeireira, subsidiária da Precious Woods em Itacoatiara, no Amazonas, que é considerada um modelo de manejo florestal no Brasil, está sob risco de paralisar suas atividades. É que o Ibama não renovou sua autorização de exploração anual. As atividades de corte foram suspensas no início de outubro. E os estoques de madeira que a empresa ainda está processando são suficientes para apenas mais três semanas.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Zelo que atrapalha

A falta de renovação da licença de exploração da Mil Madeireira não se deve a nenhum problema com suas práticas de manejo. Ela é fruto do zelo com que a empresa fez seu pedido de renovação, que acabou por empurrá-la para um labirinto burocrático. Junto com a entrada do pedido, a Mil anexou os dados do georeferenciamento que ela mandou realizar dos 400 mil hectares de floresta que tem em Itacoatiara. As informações indicaram que havia um discrepância de dois graus entre elas e os mapas que estão na base de dados do Incra e do Ibama. A procuradoria do Ibama no Amazonas exige que a empresa corrija o seu georeferenciamento.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008

Chico Mendes aprovaria?

O Conselho Nacional dos Seringueiros lançou campanha no site Extrativismo.com.br contra o uso do nome do líder Chico Mendes para batizar o instituto criado por Marina Silva para cuidar das unidades de conservação federais. A partir de abril de 2007, quando ambientalistas reclamaram da escolha, o Ministério do Meio Ambiente deu de ombros. Agora, os próprios extrativistas expressaram seu inconformismo, mas por outro motivo: “A demora dos processos, os planos de manejo que não são aprovados, a falta de demarcação e sinalização da reservas extrativistas... e o movimento lutando por isso há 20 anos...não tem lógica”, diz um trecho do protesto, que abriu votação.

Por Salada Verde
3 de novembro de 2008