Drogas em Anavilhanas

Anavilhanas, o gigantesco arquipélago fluvial a uma centena de quilômetros de Manaus, virou parque nacional, mas não permite oficialmente o desembarque de turistas. Ainda mais agora, com investigações da Polícia Federal, que encontrou drogas trazidas da Colômbia através do rio Negro, enterradas por traficantes na unidade de conservação. A ação pode interromper pelo menos seis pesquisas científicas em curso em Anavilhanas. Para alegria dos visitantes que se apaixonam pelas ilhas amazonenses, analistas do Instituto Chico Mendes estão pensando em fazer um plano emergencial de uso público até março do ano que vem, para regularizar a entrada dos turistas. O plano de manejo, esse sim, deverá ser mais demorado.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Mais detalhes do absurdo

Tem mais. A nova redação do código anistia desmatamento criminoso de APP realizado até 31 de julho de 2007, permite atividades agrícolas nessas áreas desde que sejam “sustentáveis” e dá aos estados da federação autonomia para alterar os valores das medidas das APPs e também para reduzirem o percentual de reserva legal na Amazônia de 80% para 50%, sendo que em áreas de cerrados o corte será de 35% para 20%. O zoneamento ecológico econômico passa a ser a política de desenvolvimento das três esferas de governo. Pelo andar da carruagem, a proposta pode ser votada ainda neste ano.  Em um país que respeita pouco suas leis, imagine uma que dá aval à destruição.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Em Rondônia, doação amazonense

A Assembléia Legislativa de Rondônia teve nesta quarta-feira uma brilhante idéia para resolver os problemas fundiários da Floresta Nacional de Bom Futuro, onde mais de três mil pessoas vivem e desmatam clandestinamente com incentivos do estado de Ivo Cassol: doar ao governo federal uma área de tamanho equivalente, mas bem longe, no estado do Amazonas. A proposta foi discutida com moradores, semanas depois de servidores do Instituto Chico Mendes terem tentado conversar pacificamente sobre a necessidade de saída dos invasores. A doação de terras do Amazonas pelo governo de Rondônia à administração federal também pretende substituir a Floresta Nacional de Jacundá e é mais uma estratégia completamente torta para consolidar a tesde de que o crime ambiental compensa.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Favela na restinga

O Ministério Público Federal na Paraíba resolveu fazer na semana passada uma vistoria à Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, nas proximidades da capital João Pessoa. Junto com funcionários do Instituto Chico Mendes, encontrou áreas invadidas por uma favela que cresce no limite da unidade de conservação, lixo e uma linha de transmissão que não deveria cruzar a floresta nacional. O MPF aguarda laudo do ICMBio para tomar providências sobre agressões ao local.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Greenpeace invade termoelétrica

Poznan – A reportagem de O Eco visitou, ontem, a cidade de Konin, a cerca de 100 Km de onde ocorre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Lá, um grupo de ativistas do Greenpeace invadiu a termelétrica Patnów e escalou uma das chaminés que aparecem na foto ao lado. De onde estavámos era possível ver por um binóculo as tendas e bandeiras instaladas pelos ambientalistas na chaminé. A ação foi bastante espetacular (como gosta o Greenpeace). Eles bloquearam a entrada principal da usina, enquanto os invasores pulavam a cerca e entravam no elevador da chaminé. Imediatamente, onze pessoas foram presas. Hoje os seis que escalaram a chaminé, deixaram a termelétrica após 50 horas de acampamento. Certamente para a prisão também. A ação faz parte da campanha contra o uso de carvão mineral para gerar energia. Na Polônia, 93% da energia é gerada com a queima do combustível.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

A guerra das emissões

Poznan – As negociações na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que começaram na última segunda (01/12) em Poznan, Polônia, continuam bastante frias. Ontem, em um encontro sobre como cortar emissões de carbono, delegados de países em desenvolvimento, como China e Índia, partiram para o ataque depois de uma apresentação da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) onde se mostrava que são as economias emergentes que representam maior risco para o meio ambiente no futuro. Delegados chineses rapidamente observaram que antes de qualquer coisa é preciso lembrar que os países ricos não estão cumprindo nem as meta do Protocolo de Kyoto.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

A conta do clima

Poznan- O que já começa a ficar claro nas conversas para um futuro acordo climático – o chamado pós -Kyoto - é a dificuldade de garantir recursos financeiros para as ações de mitigação (corte de emissões) e adaptação (aos desastres climáticos). O secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, mencionou hoje, durante coletiva de imprensa, que é certo que países em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, “não tomarão medidas  a não ser que recebam fundos suficientes”. Neste momento de crise financeira nas nações ricas, resta saber quem vai abrir a mão.

Por Salada Verde
4 de dezembro de 2008

Salvos pelo gongo

A Companhia Siderúrgica de Vitória (CSV) não será mais implantada em Anchieta, pequeno município a 85 km de distância de Vitória, no Espírito Santo. A determinação é do governo do estado, que considerou inadequado construir uma planta com potencial de produção de 10 milhões de toneladas de placas de aço/ano em um pacato balneário de apenas 24 mil habitantes. Segundo fontes locais, havia o risco de dobrar o número de moradores na cidade durante as obras. Agora, a chinesa Baosteel e a brasileira Vale, responsáveis pelo projeto, querem levá-lo para Presidente Kennedy, no extremo sul capixaba.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008

A estatal irresponsável

Em resposta à decisão recente da Petrobrás, de desligar-se do Instituto Ethos (nota abaixo), esse divulgou hoje uma nota informando que “lamenta a decisão unilateral” da companhia, mas que entende a atitude como prova de que ela não pretende manter o diálogo aberto para a questão. Segundo o instituto, o discurso da empresa confunde exigência por prestação de contas à sociedade com perseguição política ou ofensa e é só mais uma confirmação de que a estatal tem reduzido seu compromisso com a responsabilidade social e empresarial. “A crise de reputação que a empresa tem enfrentado está, sob a ótica da sustentabilidade, intimamente ligada à sua incapacidade de rever sua atuação e procurar desenvolver mecanismos de gestão mais responsáveis, voltados para as reais necessidades do mercado, da sociedade e do planeta”, diz o instituto.

Por Salada Verde
3 de dezembro de 2008