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Gênio do mar

Albert Einstein era, além de gênio, bom poeta e um inveterado viajante de navio. Juntou todas essas qualidades para produzir um belo poema em homenagem ao mar

23 de setembro de 2004 · 20 anos atrás
  • Frederico Brandini

    Oceanógrafo e líder Avina que participou de várias expedições do Programa Antártico Brasileiro. Trabalhou como Professor do C...

Albert Einstein em Viena, 1921. Foto: Wikipédia.

Eu já sabia que Albert Einstein era genial e criativo. Mas descobri uma outra característica de sua personalidade, aliás fundamental para a harmonia entre os homens, e entre os homens e o meio ambiente. A sensibilidade. Pois é, além de tudo o que sabemos sobre Einstein, ele era poeta. E dos bons. Durante suas viagens de navio na década de 20, cruzando o Atlântico e o Pacífico a convite de Sociedades Científicas e Universidades para relatar suas idéias no campo da física pelos quatro cantos do mundo, os oceanos encontraram uma brecha na mente genial, criativa e sensível de Einstein para serem homenageados. Descobri um poema de sua autoria cuja conotação é tanto existencial (para ele) quanto ambiental.

Torne-se um Oceano

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.

Porque só então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento, e por outro lado é renascimento. Assim somos nós.

Voltar é impossível na existência.
Você pode ir em frente e se arriscar: Torne-se oceano !!!

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