Num questionamento técnico, ficaram os dois confabulando o que poderiam ter feito de diferente para que o bicho tivesse uma atração maior pelo caminho onde estava o laço. Mas enfim, algumas idéias conjuntas, mas um veredicto que é unânime para quem trabalha com este felino: não é à toa que a onça é o maior predador do Brasil, topo de cadeia alimentar e o maior felino das Américas! Sua astúcia para se dar bem num mundo que oprime seu território cada vez mais, tem que ser cada vez maior também… princípio básico da sobrevivência. Boba é que ela não é!
Findado o trabalho de retirada dos laços, é hora de ir embora. Mas não antes dar um giro pela região; quem sabe uma onça não dá o ar da graça para nós? Demos a volta na ilha de Taiamã, seguindo pelo Rio Paraguai e Bracinho. Passamos pelo ponto onde os guias de pesca da região jogam peixe com freqüência, no limite da Esec, numa insana tentativa de cevar as onças para que turistas possam ver. Podem até conseguir tal feito, mas as conseqüências são incalculáveis, e no ano passado todos tivemos prova disto, quando uma onça atacou um turista dentro de um barco de pesca. Apos as apurações pelos pesquisadores do CENAP e Taiamã, confirmou-se que o ponto do ataque era justamente o mesmo lugar onde os guias estão cevando as onças.
Paramos no lugar e vimos rastros molhados de onça, ou seja, ela acabara de passar por ali!!! Daniel deu uma volta pelo mato e encontrou cabeças relativamente novas de peixe; ou seja, a ganância dos guias não tem limite, eles continuam a brincar com fogo. Seguimos inconformados com isto, com a fumaça que tornava a paisagem opressora, quando Fred comentou:
– Calma Fred, o dia não acabou… Retruquei.
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Leia o relato do dia 4 da expedição
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