Oportunidade para devidas homenagens
Atenção amantes da natureza: preparem seus mouses. Há três grandes defensores da biodiversidade nacional concorrendo ao prêmio Brasileiro Imortal , patrocinado pela Vale, que por sinal patrocina também O Eco. E todos precisam, via Internet, de seus votos. Um deles é Ibsen da Câmara Gusmão, almirante, que concorre ao prêmio na região Sudeste. Miguel Krigsner, da Fundação O Boticário, está na disputa na região Sul. Paulo Nogueira Neto é um dos indicados ao prêmio nacional. Os ganhadores terão seus nomes utilizados para batizar espécies de Mata Atlântica descobertas na reserva de Linhares, no Espírito Santo, mantida pela mineradora. →
Outorga florestal
De olho na arrecadação de até R$ 120 milhões por ano, o governo quer conceder até quatro milhões de hectares de florestas conservadas para o que ele chama de manejo florestal sustentável. A prática, como levantou O Eco, não deixou marcas muito bonitas nas matas por onde passou. Apesar da biodiversidade amazônica em jogo, o governo aponta que 12 milhões de hectares de matas estão aptos para concessões a empresas e comunidades. No balaio, foram incluídas as florestas nacionais Bom Futuro (RO), Caxiuanã (PA) e São Francisco (AC). Estados também estão montando planos de outorga florestal. “Foi uma exigência do ministro Carlos Minc, depois que ele firmou o pacto pela madeira legal com os produtores do Pará. A idéia é diminuir a ilegalidade do setor madeireiro, mas, em contrapartida, oferecer alternativas de produção sustentável ao mercado”, disse Tasso Azevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, em nota distribuída pelo órgão. →
Exonerando
Minc exonerou hoje mais um servidor. Quem perdeu a cabeça desta vez foi Boris Alexandre César, coordenador-geral de Regularização Fundiária do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Ele já atuou em outros órgãos de governo, como no Incra, onde foi superintendente nacional de Gestão Estratégica. Rômulo Mello assumiu a presidência do ICMBio na última quinta (31). →
Prata da casa
Rômulo Mello é o novo e tão esperado presidente do Instituto Chico Mendes - ICMBio, criado por Marina Silva e João Paulo Capobianco para tirar da barafunda as unidades de conservação federais. Mello já foi presidente do Ibama e atualmente era diretor de Biodiversidade do ICMBio. Entre cinco possíveis nomes, Carlos Minc apostou na prata da casa. Como comentou em artigo o secretário-executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, Fabio Feldmann, “boa sorte ao novo presidente”. Vai precisar, e muita, para deixar em dia as áreas protegidas do país. →
Araçá
E segue a movimentação para se criar uma área protegida na região do Morro Ferrabraz (RS) (Leia matéria de O Eco). No início de julho, estudos foram entregues ao Ministério Público Estadual e alguns municípios por onde deve passar a unidade de conservação. O material deve ser incluído nos planos do governo federal para a Mata Atlântica. “O tema é de segurança nacional, dada a necessidade da preservação paisagística, da conservação dos recursos hídricos e da biodiversidade”, disse o biólogo Luís Stumpf, da ONG Araçá-Piranga. Uma publicação sobre isso tudo será lançada na próxima Feira do Livro de Porto Alegre, a partir de 31 de outubro. →
Antes tarde
Até o próximo dia 5, o ministro Carlos Minc garantiu acabar com um problema antigo no meio científico: o acesso à biodiversidade das unidades de conservação do país. A promessa é diminuir a burocracia em 90% e criar um mecanismo de co-responsabilidade com as instituições de alto nível de pesquisa. Traduzindo: conceder acesso a pesquisas sem necessidade de licença prévia, o que otimizaria o processo. Segundo Minc, as novas regras, que ainda estão sendo trabalhadas, serão apresentadas à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em audiência marcada para daqui a duas semanas. A idéia é reduzir em cerca de 60% a proposta do governo – composta por mais de 100 artigos e 200 incisos -, que está em fase de consulta pública e já previa a redução das exigências feitas hoje à pesquisa. "Vamos criar um novo patamar de relacionamento entre os ambientalistas e os cientistas, que estavam sendo tratados como inimigos", disse Minc ao jornal O Estado de S.Paulo. →
Reclassificação amazônica
Uma dupla de biólogos brasileiros lançou nesta terça-feira uma proposta para a reclassificação dos ecossistemas de campos abertos localizados em meio à floresta Amazônica. A idéia é que os campos alagáveis existentes no sudeste do Amazonas e no norte de Roraima sejam classificados como “zonas úmidas” – assim como pântanos, charcos e mangues - o que os enquadraria na Convenção de Ramsar, da qual o Brasil é signatário. Esse tratado, vigente desde 1975, prevê um status de tratamento diferenciado para áreas naturais que tenham o solo inundados durante grandes períodos. As “wetlands” são áreas de importância ecológica abrangente e grau de ameaça elevado, por isso a classificação diferenciada. Para os cientistas, os campos amazônicos são tão especiais por sua biodiversidade endêmica que merecem ser reconhecidos como um bioma em si, diz notícia da Folha de S. Paulo. →
Megabiodiversidade
A região prevista para a construção do barramento é considerada por pesquisadores uma das áreas mais importantes do Paraná para conservação da biodiversidade. →
O Quinteto
O Eco conseguiu em primeira-mão os cinco nomes de onde sairá o presidente do Instituto Chico Mendes - ICMBio. São eles: Ricardo Soavinski (diretor substituto de Unidades de Conservação de Proteção Integral, do próprio ICMBio); Rômulo Mello (diretor de Conservação da Biodiversidade, também do ICMBio); Bráulio Dias (diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente); Denise Marçal Rambaldi (secretária-geral da Associação Mico-Leão-Dourado); e Miriam Prochnow (ex-coordenadora da Rede de ONGs da Mata Atlântica). Quem sabe em breve o ICMBio terá um presidente para chamar de seu. →
SBPC
Termina nesta sexta, em Campinas, a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada desde o último domingo na Unicamp. Com o tema “Energia, ambiente, tecnologia”, o encontro contou com 92 atividades - entre simpósios, conferências e mesas-redondas -sobre 16 temas. Tudo isso somente na programação científica da reunião. Entre os temas debatidos, estavam: “Etanol de cana-de-açúcar”, “Aquecimento global e ambiente” e “Biodiversidade e conservação”. →
Falei nada
Em entrevista à última edição da revista Exame, Lula desmentiu seu chefe de gabinete. Gilberto Carvalho afirmou recentemente que, entre um cerradinho e soja, o presidente era soja. “Isso quem disse foi ele”, alfinetou Lula. Voltando à vedete tropical, comentou que “O fato é que temos 25 milhões de pessoas que moram na Amazônia. Elas querem televisão, carro, estrada, ferrovia, celular, bicicleta. Precisamos desenvolver aquela região. Apresentamos um programa da Amazônia sustentável em que discutimos o manejo da floresta e que tipo de indústria limpa podemos levar para a região. Queremos preservar a Amazônia para tirar proveito da biodiversidade, sobre a qual sabemos muito pouco”. →
Infra-estrutura da extinção
Um estudo recém publicado na revista internacional Conservation Biology mostrou que, se as obras de infra-estrutura planejadas pelo governo federal para a Amazônia forem de fato implementadas, mais oito espécies de aves endêmicas do bioma entrarão para a lista de ameaçadas de extinção até 2020. As duas vítimas mais graves serão a choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis) e o dançador-de-coroa-dourada (Lepidothrix vilasboasi), que se tornarão "criticamente em perigo" de extinção no final da próxima década. Segundo os pesquisadores, a maior surpresa, no entanto, não foi o número de espécies potencialmente ameaçadas, mas o local que ocorrem, as regiões de várzeas de certos rios, o que refuta a idéia de que as espécies de várzea seriam menos vulneráveis a alterações ambientais. Segundo o jornal Estado de S.Paulo, o estudo serve não só como uma demonstração do impacto sobre as aves da Amazônia, mas sobre a biodiversidade total da floresta. →
Ciências ambientais
O ministro do meio ambiente Carlos Minc deve aparecer na Unicamp nesta terça-feira para falar sobre política ambiental e mudanças climáticas. José Eli da Veiga, Carlos Nobre e o pesquisador Pedro Dias (USP) engrossarão os debates sobre o tema. Os dias 15, 16 e 17 estarão recheados de eventos e palestras sobre conservação da biodiversidade. →
Jazida ecológica
Vale lança Centro de Biodiversidade em jazida esgotada no estado de Minas Gerais. Previsão é que o projeto fique pronto em 2012 e sirva de exemplo para a mineração brasileira. →
Recife modelo
Kingman é um dos únicos recifes de coral do mundo que ainda não sentiram a depredação do homem. Livre da pesca e de outras atividades comerciais próximas a ele, o atol fica encravado no meio do oceano Pacífico . A National Geographic patrocinou uma expedição de cientistas para que fossem documentados as espécies que vivem na região. Em vídeo e fotos, a revista dá uma palhinha da biodiversidade riquíssima encontrada por ali. O local foi classificado como modelo para o que deve ser idealmente um recife de coral. →
