Notícias
28 de fevereiro de 2005

Mata Atlântica em pauta

Estão abertas até 4 de abril as inscrições para o 5° Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, promovido pelas ongs S.O.S. Mata Atlântica e Conservação Internacional. A premiação é dividida em duas categorias, Televisão e Impresso, e valem matérias publicadas ou exibidas entre os dias 1° de abril de 2004 e 31 de março de 2005. Os vencedores serão convidados a participar de um congresso internacional de conservação ou jornalismo ambiental. O segundo e o terceiro lugares ganham, respectivamente, 5 mil e 2.500 reais. A organização do Prêmio estuda a possibilidade de incluir, na edição de 2006, a categoria Internet. O Prêmio de Reportagem sobre Biodiversidade é realizado pela Conservação Internacional em outros seis países.

Notícias
15 de fevereiro de 2005

Novos capítulos

Depois do assassinato da freira Dorothy Stang, o governo federal ajoelhou no milho e prometeu combater a grilagem de terra no Pará e reassumir o controle de terras da União no estado. Segundo O Globo, deve ser anunciado ainda hoje o envio de uma força-tarefa para a região. Na Folha, o colunista Marcelo Leite lembrou que Anapu, local do crime, está numa região onde a questão fundiária está amarrada a questões ambientais. Como ele bem diz, “Naquelas paragens não há Estado nem lei, só muita biodiversidade.” Em breve, Anapu fará parte do arco do desmatamento.

Colunas
4 de fevereiro de 2005

Rachando a conta

A revista The Economist analisa o conceito de responsabilidade social das empresas, que se tornou unânime mas não pode ser implementado sem a ação dos governos.

Notícias
1 de fevereiro de 2005

Em defesa da soja

Xico Graziano, agrônomo e ex-secretário da Agricultura de São Paulo, escreveu um artigo para o Estadão defendendo o plantio da soja como uma dádiva. Em relação a necessidade de se desmatar floresta virgem para o plantio do grão, ele argumenta: “Perde-se biodiversidade de um lado, ganha-se civilidade do outro.”

Notícias
31 de janeiro de 2005

União pela biodiversidade

Mil e duzentos cientistas reunidos em Paris numa conferência internacional endossaram proposta do governo francês em favor da criação de um banco de dados e conhecimento sobre a biodiversidade na Terra. O encontro, batizado de “Biodiversidade: ciência e governança”, teve a presença inclusive das grandes empresas farmacêuticas mundiais e de representantes de governo. O Le Monde reconhece que não será fácil fazer a idéia decolar. Há muitas questões a serem resolvidas em torno do tema. Como disse um representante da indústria de remédios, o conhecimento da biodiversidade envolve propriedade intelectual e o domínio de nações sobre espécimens da fauna e da flora em seus territórios. Ainda assim, os cientistas acham que é possível fazer a coisa decolar. Citaram inclusive a existência de algo semelhante em relação às questões climáticas. Trata-se do Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima, onde pesquisadores e governam trocam dados e informações que dispõem sobre o assunto.

Notícias
25 de janeiro de 2005

Será que vai dar tempo?

O Ibama anunciou que vai intensificar o combate a desmatamentos na região da Terra do Meio, no Pará. A região detém uma parcela de floresta amazônica preciosa em madeira de lei e biodiversidade. Ao mesmo tempo, está localizada entre os Rios Xingu e Iriri e ameaçada pelos gigantes municípios de São Félix do Xingu e Altamira, habitados por madeireiros, grileiros e pecuaristas. O Ibama anunciou que vai contar com 90 veículos e equipamentos de ponta na região a partir da segunda quinzena de março, mas o Instituto também avisou que a temporada de desmatamento, que normalmente começa em junho, já está a todo vapor. A previsão é de que 30 mil hectares de floresta nativa sejam postos abaixo até fevereiro. O Plano de Macrozonemanto do Pará determina que boa parte da Terra do Meio vire área de proteção integral. O projeto de lei está pronto, mas foi retirado em dezembro da pauta de votação da Assembléia Legislativa do estado.

Reportagens
16 de dezembro de 2004

Canetada de ouro

Saiu o Mosaico de Unidades de Conservação no sul do Amazonas. Sua função primordial é combater a grilagem. Mas vai proteger também um bocado de biodiversidade.

Colunas
10 de dezembro de 2004

O bazar da biodiversidade

O patrimônio genético do Brasil lhe dá o potencial de virar cachorro grande no mercado da biodiversidade. Mas o país precisa se preparar para isso.

Colunas
3 de dezembro de 2004

Pescadores pedem socorro

Ao contrário dos índios, os pescadores artesanais são ignorados pelas políticas de desenvolvimento social. Uma boa solução é incentivá-los a deixar de pescar

Notícias
23 de novembro de 2004

Devagar, devagar

O rio Colorado, que corta o Grand Canyon e é responsável pela maior parte da água que abastece os estados da região sudoeste dos Estados Unidos, há muito é um pesadelo ambiental. Sua biodiversidade começou a ser posta em cheque em 1963, quando a construção de uma represa num afluente roubou do Colorado o principal fornecedor da areia que se acumulava no seu fundo e nas margens. Sem ela, o rio começou a perder os santuários onde várias espécies de peixes se reproduziam e foi ficando mais frio. Deu-se bem a truta, que gosta de água gelada. Começou também a sentir o sumiço de várias plantas nativas da região, que ficavam raízes nos bancos de areia próximos do rio. Mas a coisa ficou feia mesmo a partir de 1996, com um desastre ecológico provocado justamente por plano para repor a areia ao longo do leito do Colorado. Cientistas descobriram que outro afluente trazia areia para o rio, mas seu fluxo e velocidade da água acabavam concentrando praticamente toda ela no fundo. Os sábios aumentaram o volume de água despejado por outra represa dentro do Colorado, para forçar a circulação dos sedimentos e redistribuí-los para as margens. Os cálculos foram mal feitos, a velocidade da água aumentou terrivelmente e o resultado da experiência serviu apenas para livrar o rio dos restinhos de areia ele ainda tinha. Agora, conta o The New York Times, os pesquisadores começaram a mobilizar outro afluente para tentar devolver a areia que tanta falta faz ao Colorado. O princípio do trabalho é o mesmo empregado em 1996. A diferenca é que a velocidade do fluxo adicional de água foi sensivelmente reduzida.

Reportagens
19 de novembro de 2004

A lei do mais forte

Parque Estadual Serra de Ricardo Franco, corredor ecológico de grande biodiversidade em Mato Grosso, pode perder 100 mil hectares para a expansão da soja.

Colunas
19 de novembro de 2004

De piratas a biopiratas

Papagaios de pirata tomaram conta da preparação da Convenção sobre Biodiversidade e deturparam o conceito de biopirataria. Os verdadeiros ladrões se safaram.

Análises
11 de novembro de 2004

S.O.S. biodiversidade

De Germano Woehl Jr.       Coordenador de Projetos      Instituto Rã-bugio para Conservação da BiodiversidadeAo contrário do que afirma a reportagem, a nova lei da mata Atlântica, se aprovada, será um grande retrocesso; será o golpe de misericórdia nos últimos fragmentos de floresta. Teremos uma extinção em massa do que sobrou da nossa biodiversidade, que ficará para a história. Quando foi aprovada na Câmara, no ano passado, alguns órgãos de imprensa, como o Jornal do Brasil, observaram os aspectos nefastos dessa nova lei. A lei atual é muito mais rigorosa, clara, objetiva e muito simples de fiscalizar. Na nova lei, a proteção dos remanescentes fica condicionada a aspectos completamente subjetivos, que tornará praticamente impossível a punição dos infratores. O cidadão comum estará impossibilitado de encaminhar uma denúncia de desmatamento (como é que ele vai saber que ali vive uma espécie de grilo ameaçado de extinção ou se ali é um “corredor ecológico”?).É uma total insanidade liberar os desmatamentos em propriedades com área menor de 50 hectares para quem a lei define como “pequenos produtores rurais”. Nem é preciso muita criatividade para qualquer proprietário usar essa brecha e desmatar extensas áreas. Abrir uma brecha desse tamanho para conceder um falso benefício a uma minoria da população brasileira não faz o menor sentido. No último senso do IBGE, a população rural do Brasil (que vive da agricultura) é menor do que 10%. No domínio da mata Atlântica, essa população (que vive exclusivamente da agricultura) é bem menor e praticamente já destruiu integralmente a mata Atlântica de suas propriedades, de modo que a nova lei vai beneficiar investidores que vivem nas áreas urbanas, que vão se transformar em NEO-PEQUENOS-AGRICULTORES e aniquilar os últimos bichos que lutam para sobreviver nos minguados fragmentos dos ecossistemas.Outro absurdo é conceder para os estados o poder de autorizar os desmatamentos de florestas em estágio médio de regeneração. Se hoje, podendo decidir sobre o estágio inicial, já fazem essa farra (classificam florestas intactas como capoeira e ignoram totalmente as áreas de preservação permanente), imaginem o que não farão com essa nova lei em vigor (será muito fácil, por exemplo, convencer um juiz de que a definição entre estágio médio e avançado é um tanto confusa e escapar de eventuais punições).Um aspecto muito curioso do texto da nova lei é o fato de entrar em detalhes sobre a comercialização de mudinhas de árvores, como se a mata Atlântica fosse constituída apenas de árvores, ignorando outras milhares de espécies de plantas – e animais. É muito esquisito a lei se ater a esse nível de detalhamento - para um aspecto totalmente irrelevante - e deixar, por exemplo, de se preocupar com as peculiaridades das espécies da fauna e flora que ocupam vários nichos ecológicos dentro dos ecossistemas.Ao permitir a destruição do sub-bosque, para implementação de projetos agro-florestais nos últimos fragmentos de mata Atlântica, a nova lei também condena à extinção mais da metade das espécies de pássaros e a maioria dos pequenos vertebrados, que dependem desse nicho ecológico (“nicho ecológico” não é “lixo ecológico”, como acham os que propuseram esse absurdo na lei).Ter a pretensão de proteger a mata Atlântica com essa nova lei, onde tudo é permitido, é o mesmo que a sociedade liberar os assaltos às residências como medida para reduzir esse tipo de crime. Aliás, no caso da mata Atlântica, a situação é muito mais grave: ela está quase extinta! A sociedade precisa ser conscientizada que as áreas remanescentes já estão muito raras e todo o esforço precisa ser empreendido para que a integridade dessas áreas seja preservada. Estas áreas remanescentes devem ser prioritariamente destinadas a servirem como fonte de vida, para que as gerações futuras tenham condições de recuperar o que destruímos, e não como fonte de renda, para beneficiar poucos e inviabilizar a vida de milhares de organismos, que inclui nossa espécie.

Colunas
10 de novembro de 2004

Biopoluição irreversível

A invasão de ecossistemas marinhos por espécies exóticas é um fenômeno irreversível, que começou com as caravelas e alastrou-se com as andanças humanas

Colunas
10 de novembro de 2004

Megadestruição

Está provado que alterações na biodiversidade causam graves impactos sociais e econômicos. O Brasil tem muitos recursos a proteger, mas é campeão em destruição.