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[Fotogaleria] Mudanças climáticas afetam comunidades do Marajó

No maior arquipélago fluviomarítimo do planeta, as mudanças climáticas ameaçam a economia e o modo de vida da população. Os efeitos já são sentidos tanto pela sensação de maior calor quanto por fortes erosões

Alice Martins Morais · Matheus Melo ·
25 de outubro de 2024

Mudanças climáticas afetam comunidades do Marajó

No maior arquipélago fluviomarítimo do planeta, as mudanças climáticas ameaçam a economia e o modo de vida da população. Os efeitos já são sentidos tanto pela sensação de maior calor quanto por fortes erosões

Depois da erosão, a praia do Pesqueiro passou a ter dois níveis. Os restaurantes ficam acima, como era de costume, mas as barracas dos banhistas agora ficam embaixo, com uma diferença de altura que pode chegar a 2 metros.

 “Nunca pensei que veria algo assim, nem que teria tanto sofrimento”, declara Ivanil Brito, ao lembrar de quando perdeu sua casa em Soure (PA), devido à erosão. Depois de passar a vida toda na praia, a dona de casa precisou começar de novo e montar uma nova casa de madeira em outro local.

Lisangela Pinheiro Cassiano, chefe substituta da Reserva Extrativista Marinha (Resexmar) de Soure, tem esperança de que o manguezal possa proteger a cidade de um cenário pior de erosões e inundações.

Aos 91 anos, Sinhá Gonçalves, conhecida como Dona Ita, recorda que existia um robusto manguezal que protegia a praia do Jubim, em Salvaterra (PA), mas que os próprios moradores derrubaram há cerca de 60 anos, porque queriam uma vista para o mar.
Patricia Ribeiro, liderança comunitária, em árvore que caiu após a erosão na vila do Pesqueiro, em Soure (PA). Os alertas de risco já haviam sido feitos há 10 anos pelo Serviço Geológico Brasileiro e em fevereiro de 2024 a erosão derrubou as casas de cinco famílias.

Katia Pantoja, liderança da comunidade Maniva, na Ilha do Pará, zona rural de Afuá (PA). Ela diz que a população percebe as mudanças climáticas na região, especialmente em relação aos rios e chuvas. “Não tem mais período certo de águas grandes nem da grande estiagem”, diz.

As passarelas de palafitas, cartão postal da cidade, em breve podem parar de existir em Afuá (PA). Isso porque estão sendo substitúidas por ruas de concreto, devido à dificuldade da prefeitura para encontrar madeira legalizada na região em quantidade suficiente para fazer a manutenção e troca contínua de tábuas.

Na Veneza Marajoara, as águas regem a dinâmica de trabalho e decidem o horário do transporte de um local para o outro.

Depois da erosão, a praia do Pesqueiro passou a ter dois níveis. Os restaurantes ficam acima, como era de costume, mas as barracas dos banhistas agora ficam embaixo, com uma diferença de altura que pode chegar a 2 metros.

 “Nunca pensei que veria algo assim, nem que teria tanto sofrimento”, declara Ivanil Brito, ao lembrar de quando perdeu sua casa em Soure (PA), devido à erosão. Depois de passar a vida toda na praia, a dona de casa precisou começar de novo e montar uma nova casa de madeira em outro local.

Lisangela Pinheiro Cassiano, chefe substituta da Reserva Extrativista Marinha (Resexmar) de Soure, tem esperança de que o manguezal possa proteger a cidade de um cenário pior de erosões e inundações.

Aos 91 anos, Sinhá Gonçalves, conhecida como Dona Ita, recorda que existia um robusto manguezal que protegia a praia do Jubim, em Salvaterra (PA), mas que os próprios moradores derrubaram há cerca de 60 anos, porque queriam uma vista para o mar.
Patricia Ribeiro, liderança comunitária, em árvore que caiu após a erosão na vila do Pesqueiro, em Soure (PA). Os alertas de risco já haviam sido feitos há 10 anos pelo Serviço Geológico Brasileiro e em fevereiro de 2024 a erosão derrubou as casas de cinco famílias.

Katia Pantoja, liderança da comunidade Maniva, na Ilha do Pará, zona rural de Afuá (PA). Ela diz que a população percebe as mudanças climáticas na região, especialmente em relação aos rios e chuvas. “Não tem mais período certo de águas grandes nem da grande estiagem”, diz.

As passarelas de palafitas, cartão postal da cidade, em breve podem parar de existir em Afuá (PA). Isso porque estão sendo substitúidas por ruas de concreto, devido à dificuldade da prefeitura para encontrar madeira legalizada na região em quantidade suficiente para fazer a manutenção e troca contínua de tábuas.

Na Veneza Marajoara, as águas regem a dinâmica de trabalho e decidem o horário do transporte de um local para o outro.

  • Alice Martins Morais

    Jornalista freelancer e especialista em Comunicação Científica. Sua cobertura foca especialmente em temas relacionados ao Meio Ambiente, Ciência e Amazônia.

  • Matheus Melo

    Filmmaker que se aventura no fotojornalismo, editor de vídeos desde a infância e formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

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