Newsletter O Eco+ | Edição #205, Julho/2024
14 de julho de 2024
A água que cobriu o Rio Grande do Sul no início de 2024 foi sem precedentes . Só entre 24 de abril e 4 de maio, as nuvens despejaram 420 milímetros, proporcionais a 90 dias de chuvas frente à média anual. Para reduzir as vulnerabilidades do estado frente ao novo cenário climático, as “soluções baseadas na natureza” poderiam ocupar lugar de destaque no processo de reconstrução gaúchaç, mostra a reportagem de Aldem Bourscheit. Multiplicar espaços vegetados, como jardins e parques, restaurar encostas e margens de rios e promover uma agricultura urbana absorverá boa parte da água da chuva que iria para ruas e rios. Pesquisadores também apontam que o Plano Rio Grande – programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do Estado do RS, apresentado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), falha ao não considerar propostas de grande escala para manter e recuperar ambientes e serviços naturais.
Borboletas surpreenderam cientistas recentemente. Na matéria de Duda Menegassi, uma pergunta: quão longe um inseto pode ir? A resposta pode variar, mas uma coisa é certa: algumas viagens já chegaram a 4.200 quilômetros. Com a ajuda dos ventos, essa foi a distância que borboletas migratórias conhecidas como bela-dama (Vanessa cardui) percorreram da África Ocidental para a Guiana Francesa, na América do Sul, com duração estimada de 5 a 8 dias sem descanso. Para reconstituir a viagem das borboletas, os pesquisadores precisaram combinar diferentes métodos: a reconstrução das correntes de vento, a genética, o pólen carregado por elas e uma análise de isótopos. O estudo foi publicado na Nature Communications.
Notícias como essa nos fazem pensar em como a natureza carrega tanta beleza e inspiração. E por falar em beleza, a entrevista de Neise Marçal mostra o mundo pelas lentes do fotógrafo Adriano Gambarini. Com 36 anos de carreira, o multiartista é hoje referência no Brasil quando o assunto é o registro da natureza e da conservação. “Existem duas formas da gente trazer aliados para a conservação: através da beleza ou da desgraça. A desgraça, o jornalismo já apresenta de uma forma muito boa. Eu sempre vou atrás da beleza, que é o que me chama a atenção. Sempre o superlativo, aquela imponência que a floresta tem.”, relata o documentarista.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
A natureza como aliada na reconstrução gaúcha
Da África para América do sul: cientistas registram voo recordista de borboletas
‘Atrás da beleza’, o mundo pelas lentes de Adriano Gambarini
· Conservação no Mundo ·
Casa sustentável dentro da lei. Nos EUA, quem deseja instalar painéis solares em seus telhados precisa considerar muitas coisas: luz solar, custos e mão-de-obra, além da autorização de suas associações de moradores, as chamadas HOAs (sigla em inglês para Homeowners Associations). Em Michigan, uma nova lei visa remover essa barreira, obrigando que associações permitamplacas nos telhados. A Lei de Política Energética dos Proprietários de Casas também pede que as HOAs adotem uma política de energia solar no prazo de um ano e que não imponham normas que aumentem o custo de instalação em mais US$ 1000, ou diminuam a produção de energia em mais de 10%. [Grist]
Corrida glacial. À medida que as calotas polares derretem em todo o mundo, cientistas correm para recuperar peças glaciais que contenham registros históricos importantes de temperatura e clima preservados no gelo. Pesquisadores também estão se esforçando para reunir relíquias antigas presas no gelo antes que sejam perdidas devido ao aquecimento.[Yale360]
· Dicas Culturais ·
• Pra ler •
io HQ 1 – Biologia em Quadrinhos | Org.: Agreli, Oliveira e Augusto
Bio HQ 1 reúne 10 histórias em quadrinhos em que os protagonistas são insetos, aracnídeos, mamíferos e plantas. Este livro, organizado por João Agreli (Professor do Instituto de Artes da UFU), Rosângela Dantas de Oliveira (Professora do Depto. de Letras da Unifesp) e Solange Cristina Augusto (Professora do Instituto de Biologia da UFU) traz histórias focadas em questões relacionadas à vida e ao desenvolvimento de diversas espécies animais e vegetais. As histórias, com base em estudos de 18 pesquisadores, foram transpostas para os quadrinhos por um time de 8 desenhistas e artistas gráficos.
• Pra assistir •
Mestres do Disfarce | RTP
Na natureza, as aparências enganam. Em todos os cantos do mundo, animais evoluíram para evitar seus predadores ou para capturar suas presas. Escondidos graças à cor da sua pele, pele ou penas, eles ficam invisíveis. Estes verdadeiros mágicos são de todos os tamanhos e vivem em todos os ambientes, desde minúsculos insetos e agentes subaquáticos até grandes mamíferos.