Newsletter Política Ambiental | Semana #18
03 de fevereiro de 2023
Há sete anos, em 05 de novembro de 2015, o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais, lançou cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente. A onda de rejeitos soterrou o subdistrito de Bento Rodrigues e deixou um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo, contaminando mais de 600 km de cursos d'água que desembocam no Rio Doce.
Há quatro anos, em 25 de janeiro de 2019, o rompimento da Barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, também em Minas, lançou uma onda de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração que contaminaram o rio Paraopeba, na Bacia do rio São Francisco, impactou a vida em 26 municípios, deixou aproximadamente mais de 270 mortos, além de destruir 297 hectares de Mata Atlântica e uma grande diversidade de fauna e flora em Minas Gerais.
Há dois anos, dezenas de ofícios foram protocolados e centenas de denúncias foram encaminhadas pelo povo indígena Yanomami e seus representantes aos órgãos responsáveis, alertando para e demandando ações contra garimpeiros que invadiram a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, numa ação predatória que levou à região doença, fome, estupros, violência, corrupção e o aliciamento dos jovens e expandiu a poluição química de rios e do solo – um genocídio e um ecocídio.
Por trás desses horrores, o setor da mineração é o ponto comum. Legal ou ilegal, ele segue numa marcha destrutiva, seja por histórica negligência ou pela conivência de quem deveria fiscalizá-lo e lhe impor limites.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem entre seus maiores desafios – assumido ainda durante a corrida eleitoral – a reconstrução da política ambiental brasileira, que inclui o combate ao garimpo ilegal e o avanço descontrolado do setor sobre áreas de proteção ambiental, ainda incentivado por alguns governos locais.
De cá, ((o))eco segue observando, registrando e expondo essas histórias, para que ela sejam lembradas e, esperamos, não se repitam.
Redação ((o))eco
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