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Marxan
O nome, estranho para a esmagadora maioria da humanidade, é muito conhecido por gente que maneja grandes projetyos de preservação ambiental. Designa um programa de computador inventado em 1998 por Ian Ball, aluno e orientando de pós-graduação de Hugh Possingham, professor de matemática ecológica da Universidade de Queensland, na Austrália. O programa, que é distribuído gratuitamente, mastiga dados sobre flora e fauna num determinado ecossistema e cospe de volta, pela descrição do The New York Times (gratuito, pede cadastro), informações sobre seu ponto ótimo de manejo e cuidado. É o que existe de mais avançado e popular com governos, universidades e Ongs em termos de gestão ambiental e muito do que ele sugere é seguido à risca, sem contestação. A Austrália, por exemplo, baniu a pesca em sua grande barreira de corais depois que o Marxan disse que isso era o que tinha que ser feito. O doutor Possingham diz que este tipo de comportamento é errado e que se as recomendações do Marxan não forem postas em prática em no máximo 1 anos depois de terem sido feitas, é melhor deixá-las de lado e apelar para a inteligência e sensibilidade humanas para preservar um ecossistema. Possingham argumenta que o Marxan define seus planos a partir de um universo estático e esse é seu problema. Poucos são os projetos ambientais de larga escala que são implantados integralmente ao mesmo tempo e o mundo muda muito rápido. Ball, o pai do Marxan, e várias organizações e consultorias ligadas à ecologia caíram de pau em cima do velho mestre. Uma das razões, sugere a reportagem, é que planejamento ambiental de grande porte virou um tremendo negócio. O raciocínio de Possingham pode colocar tudo o que foi feito com o auxílio do Marxan sob suspeita.