Palestras:
10hs – O impacto humano sobre a biosfera: até onde iremos? –
Bernardo Reyes (Instituto de Ecologia Política/Chile)
Pelos cálculos dos cientistas, o homem triplicou o uso dos recursos naturais da Terra desde 1961. O aumento da pressão provocou uma queda em 30% da biodiversidade do mundo, conta Bernardo Reyes, diretor do Forest Ethics Chile, membro da Ecological Footprint Network e da Ecological Economics Unit do Instituto de Políticas Ecológicas de Santiago do Chile. Traçando um paralelo entre as tendências das últimas três décadas e as perspectivas futuras, existem dois cenários: a sustentabilidade ou o colapso dos ecossistemas e, consequentemente, das populações humanas. Para Reyes, o único modo de recuperar a capacidade do planeta é por meio da proteção e conservação dos ecossistemas.
11hs – Mudanças climáticas e unidades de conservação –
Jeff Price (California State University/EUA)
A questão apresentada por Jeff Price, do Departamento de Ciências Geológicas e Ambientais da Universidade Estadual da Califórnia (EUA), não é se a biodiversidade será afetada pelas mudanças climáticas, mas o quanto ela será afetada. E o que os gestores de Unidades de Conservação podem fazer para proteger suas áreas. Apesar do esforço de alguns países, Price alerta que ainda falta informação básica, observação e monitoração de sistemas, infra-estrutura política, institucional e tecnológica, verba e priorização de áreas vulneráveis. Evitar o desmatamento, reflorestar áreas com espécies nativas, monitorar as mudanças climáticas e como os ecossistemas reagem a elas são importantes fatores para ajustar as estratégias de conservação.
14hs – Equilibrando o acesso de visitantes e a proteção de recursos nas unidades do Serviço Nacional de Parques no sul da Flórida, EUA
Robert Johnson (Everglades National Park/EUA)
O Sistema Nacional de Parques dos Estados Unidos foi criado em 1916 com o propósito de preservar recursos e valores ímpares para as gerações futuras. Assim, as administrações devem trabalhar no sentido de evitar ou minimizar impactos causados pelo homem. Robert Johnson, diretor do Centro de Pesquisas Naturais do Sul da Flórida, Parque Nacional de Everglades (EUA), traça um histórico de quatro unidade do Sul da Flórida e exemplifica dois casos que mostram a importância do equilíbrio do acesso aos visitantes às áreas de preservação.
15hs – Unidades de conservação no contexto político
Marcos Sá Correa (site O ECO/Brasil)
Para o jornalista Marcos de Sá Corrêa, de O Eco, a criação dos parques como bens coletivos foi uma conquista social e revolucionária na história do mundo que está se perdendo no Brasil. O Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do país, sobrevive há 70 anos sem regularização fundiária. Monumentos naturais estão dentro de sítios privados e o solo, em algumas áreas, exala odor de esgoto. A desapropriação de moradores, cogitada em 2006, não foi aprovada.
Carlos Peres
Enquanto grandes desmatamentos e queimadas podem ser facilmente detectados e analisados, os impactos de atividades extrativistas dentro de unidades de conservação ainda são pouco conhecidos. Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, levanta essa questão em sua apresentação. Para ele, a pressão de caça é a mais importante causa de perturbações nas florestas da Amazônia. E ela depende mais da densidade populacional e da distribuição espacial das comunidades do que da categoria de proteção das áreas.
16:30hs – O profissional ideal para o manejo de unidades de conservação
Perry Brown
Perry Brown, da Universidade de Montana, descreve quais são as características do gestor ideal de áreas protegidas. Para isso, o palestrante traça um histórico do estudo da dimensão humana da conservação nos Estados Unidos, que toma fôlego a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. É nesse período que surge o público interessado em diferentes atividades relacionadas à natureza, e se começou a pensar a relação entre o uso que o homem faz das áreas naturais e a própria existência dessas áreas.
17hs – Avanços na implementação do SNUC e desafios para o futuro
Maurício Mercadante
Em 1985, as unidades de conservação federais protegiam 16 milhões de hectares. Em 2007, essa área subiu para 70 milhões. Maurício Mercadante, diretor de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente, fala dos avanços obtidos com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído em 2000, e das ações que ainda precisam ser cumpridas. Um deles é a aceleração de processos de regularização fundiária.
17hs – Expandindo nossa visão de conservação por meio da dimensão humana
Michael Manfredo
Uma frase comum entre gestores de recursos naturais nos Estados Unidos é que o seu trabalho depende “10% de biologia e 90% de lidar com as pessoas”. Assim, na maioria das vezes, os problemas da gestão estão ligados à briga de gente-contra-gente, ficando a questão biológica para segundo plano. Em acordo com essa máxima, Michael Manfredo, da Colorado State University, propõe o uso das ciências sociais como uma ajuda para lidar com essas contendas, indicando como e porque esses campos do saber podem ser importantes.
Katrina Brandon
As pesquisas em biologia e ecologia são as chaves para definir o que deve ser conservado e onde se deve concentrar esforços. Mas para entender a degradação do meio ambiente – e também até mesmo a intenção de protegê-lo – é fundamental lançar mão dos aspectos social, político e econômico. Nesse sentido, diz em sua apresentação Katrina Brandon, da Conservação Internacional, as ciências sociais têm muito a contribuir para a conservação. Ainda há muito a ser estudado nesse campo e a pesquisadora cita alguns dos caminhos a serem seguidos.
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