De Ariovaldo Batista
O Brasil está perdendo o bonde da tecnologia ambiental, se entretendo nas discussões ambientais, ao invés de fazer o que fez a agricultura na época da ditadura, através da EMBRAP e EMATERs. Muita ação e pouca conversa, hoje essas mesmas instituições estão de novo sob o comando da politicalha tupiniquim.. O trabalho de várias ONGs, inclusive O Eco, é ainda como “melhoral” para dor de cabeça, alivia mas não resolve.
Por que a pecuária vai para o “mato”, ao invés de continuar no limpo? Se vocês pararem para responder essa pergunta, terão a resposta. O empresário vai para onde sua empresa anda melhor!! Há 40 anos, de carona de São Jose dos Campos para S.Paulo, estudava lá, o motorista era um “empresário” agrícola que plantava arroz e batata no vale, ao longo do Paraíba, e estava de mudanças para Goiás, se não me engano. Estranhei, e perguntei por que, se estava no meio do consumidor, da universidade, dos transportes etc.? Por que os custos para se cultivar no vale, inviabilizavam a agricultura.
Hoje, temos um “cinturão” litorâneo de uns 500 km por quase 5.000 km, praticamente inexplorado, desmatado, abandonado etc. etc.!! Por que o empresário agrícola prefere ir para a Amazônia ou cerradão, há milhares de quilômetros do consumo, do transporte, dos portos, das universidades etc. etc.?
Bastaria que se estudasse o que custa ao um empresário colocar um plantel de boi confinado, por exemplo, em Taubaté, ao invés de estar lá no meio da Amazônia ou do cerradão. Verá que no meio do caminho, está um governo inútil, caro, burro etc. etc. Imagine que o “empresário” da agricultura tivesse condições de viver nesse cinturão litorâneo, encarregado inclusive da recuperação ambiental. Não precisaríamos de “secretaria de meio ambiente”, uma mera fachada de corrupção e extorção. Imagine que os cinturões verdes das grandes capitais fossem empreendimentos de culturas de hortaliças, flores, micro-animais etc. Seriam enormes sorvedouros de empregos, de pessoas já instruídas, perto do consumidor exigente por qualidade etc. etc. Bastaria que o Brasil se tornasse o exemplo de tecnologia em meio ambiente, ao invés de “tecnologia em bláblálbla em meio ambiente, e estaria exportando essa tecnologia ao mundo, como já faz com seus produtos agrícolas, cuja origem está na ditadura militar, e não na atual “ditadura socialista tributária” da Constituição de 88.
Já cansei de enviar sugestões para os governantes sobre a questão das “áreas” desbravadas e abandonadas, mas sequer jamais tive uma resposta. Transportamos para o porto de Santos no “lombo de burros motorizados” e, no entanto, já dispomos de “duas linhas férreas” prontas (para serem reformadas) em Paranapiacaba, onde os trens saudosistas descem e sobem por apenas uma linha de cremalheira!! Continuamos como burros, carregando cargas em nosso caminhões, até mesmo sem estradas!!
Que tal o Eco iniciar uma campanha de evolução intelectual ao invés de continuar no rame rame dos discursos políticos? A Serra do Mar é uma das regiões apontadas no Protocolo de Kyoto para projetos ambientais e, no entanto, se alguém quiser desenvolver projetos lá, de âmbito internacional, não pode porque a titulação das áreas lá ainda é a baderna da época das sesmarias! Nem os Municípios e nem o Incra sabem quem são os “donos” da maior parte das áreas na orla, quase tudo objeto de invasão. Fiz o curso da Escola Superior de Guerra, e pretendi fazer com que a ESG se interessasse pelo assunto através da ADESG. Ela tinha autoridade e peso, pois regularizar propriedades na orla, é briga de foice e fusil, mas parece que o problema da ESG é de fato dar um cursinho já arcaico e antiquado que não serve para nada. Está aí, um bom desafio para o ECO, que tal fazer a orla marítima voltar a ser o sustentáculo agrícola do país, como era há 100 anos atrás? O empresário só vai para o mato, quando o limpo lhe nega a condição de vida empresarial.
Obrigado, e bom fim de semana.
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