As indústrias brasileiras, representadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), informaram hoje (5) que não querem se comprometer com metas numéricas de redução de emissões dos gases de efeito estufa. Como já havia adiantado O Eco, o setor defende que o Brasil deve participar do esforço global para reduzir o CO2 emitido na atmosfera, mas “de forma voluntária […], sem caráter compulsório e sem fixação de metas”.
Em documento oficial, a CNI ressaltou ainda que o estabelecimento de compromissos voluntários não deve “impor limites ao crescimento econômico, ao consumo de bens essenciais e à melhoria da qualidade de vida e nem sujeitar o país a barreiras comerciais”. Como argumentos para esta decisão, o diretor-presidente da CNI, José Augusto Fernandes, citou a vantagem comparativa do país, que tem uma matriz energética considerada limpa, e a chamada “responsabilidade histórica”, isto é, os países que no último século emitiram muito no seu processo de industrialização devem ter maior responsabilidade na redução de emissões do que as nações em desenvolvimento. Ambientalistas consideram este último argumento uma visão atrasada e conservadora da nova dinâmica de produção de energia imposta pelo aquecimento global.
As indústrias são responsáveis por 8,8% do total de CO2 emitido pelo Brasil. No entanto, estudo realizado pela USP mostrou que o setor industrial foi o que mais cresceu em termos relativos de emissões. Entre 1994 e 2005, os processos industriais aumentaram sua taxa de emissão de CO2 em 73,6%.
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