Notícias

A boa e a má notícia do Flex-Fuel

Setor sucroalcooleiro comemora marco de 10 mi veículos flex feitos no Brasil, mas notícia é ruim para meio ambiente. Flex produz outros poluentes perigosos além de CO2.

Redação ((o))eco ·
5 de março de 2010 · 16 anos atrás

O anúncio feito ontem (4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) de que a produção brasileira de veículos Flex-fuel – que roda tanto com álcool quanto com gasolina- havia atingido a marca de 10 milhões de unidades foi motivo de comemoração para o setor sucroalcooleiro do país. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) este é um “marco histórico” e que deve ser replicada em todo o mundo.

 Se por um lado a notícia é boa para as indústrias do ramo, por outro ela deve ser analisada com cuidado quando o assunto é o meio ambiente. O etanol sempre foi visto como um combustível “limpo”, com emissões zero de CO2, segundo o Inventário Nacional, por isso seu uso é muito defendido em carros flex-fuel. No entanto, carros movidos a álcool lançam no ar outros poluentes tão perigosos quanto o dióxido de carbono. Como já mostrou O Eco, quando um carro flex está rodando com álcool, as emissões de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos são muito maiores. Um Pálio Flex, por exemplo, quando movido a álcool, emite três vezes mais NOx do que quando abastecido com gasolina, segundo levantamento feito pelo próprio Ministério do Meio Ambiente em setembro de 2009.

CO, NOx e Hidrocarbonetos são precursores do Ozônio (O3) na camada de ar que diretamente respiramos. O ozônio é causador de problemas como rinite, amigdalite, sinusite e pneumonia, além do envelhecimento precoce dos tecidos dos pulmões.
 

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.