O anúncio feito ontem (4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) de que a produção brasileira de veículos Flex-fuel – que roda tanto com álcool quanto com gasolina- havia atingido a marca de 10 milhões de unidades foi motivo de comemoração para o setor sucroalcooleiro do país. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) este é um “marco histórico” e que deve ser replicada em todo o mundo.
Se por um lado a notícia é boa para as indústrias do ramo, por outro ela deve ser analisada com cuidado quando o assunto é o meio ambiente. O etanol sempre foi visto como um combustível “limpo”, com emissões zero de CO2, segundo o Inventário Nacional, por isso seu uso é muito defendido em carros flex-fuel. No entanto, carros movidos a álcool lançam no ar outros poluentes tão perigosos quanto o dióxido de carbono. Como já mostrou O Eco, quando um carro flex está rodando com álcool, as emissões de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos são muito maiores. Um Pálio Flex, por exemplo, quando movido a álcool, emite três vezes mais NOx do que quando abastecido com gasolina, segundo levantamento feito pelo próprio Ministério do Meio Ambiente em setembro de 2009.
CO, NOx e Hidrocarbonetos são precursores do Ozônio (O3) na camada de ar que diretamente respiramos. O ozônio é causador de problemas como rinite, amigdalite, sinusite e pneumonia, além do envelhecimento precoce dos tecidos dos pulmões.
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