Boletim divulgado na tarde desta terça-feira (6) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) mostra que, no Brasil, o futuro dos biocombustíveis e o desenvolvimento do setor pouco depende do setor energético. Ele está muito mais nas mãos do setor agrícola e dos defensores do uso de energias renováveis, diz o boletim. O documento alerta que, para aumentar a produção deste tipo de combustível, o governo deverá tomar a dianteira, com a adoção de políticas públicas, mesmo que alguns governos tenham de assumir custos elevados para implementação delas. Porém, do ponto de vista econômico, os governos devem ficar atentos para que os incentivos não provoquem distorções no mercado de energia.
Além disso, o governo deve se preocupar mais com a matéria-prima usada. Como no mercado brasileiro a produção de etanol, combustível renovável mais comumente usado, está diretamente ligada ao mercado internacional de açúcar, quando a demanda de pelo produto no mundo aumenta ou há uma quebra na produção, como a que ocorreu em 2009, a produção do etanol é prejudicada e se retrai. Por isso, segundo o IPEA, “não é possível conduzir uma política de uso do bioetanol renovável sem utilizar novas fontes de matérias-primas que não estejam atreladas ao mercado mundial de commodities, como no caso do açúcar e do álcool”. A boa notícia é que a diversidade de matérias-primas renováveis e o reaproveitamento de resíduos devem garantir o futuro dos biocombustíveis, associado ao uso de novas tecnologias.
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