Notícias

Moçambique transforma Lago Niassa em reserva

Uma das zonas úmidas mais importantes da porção sul do continente africano foi incluída como sítio protegido pela Convenção de Ramsar. População apoia iniciativa.

Daniele Bragança ·
14 de junho de 2011 · 13 anos atrás
O Lago Niassa é o terceiro maior da África e possue 700 metros de profundidade. Comunidades de pescadores dependem da conservação do ecossistema, (foto: WWF)
O Lago Niassa é o terceiro maior da África e possue 700 metros de profundidade. Comunidades de pescadores dependem da conservação do ecossistema, (foto: WWF)
O governo de Moçambique, país da África Austral, fronteiriço com Malawi, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue, decretou a criação da Reserva parcial do Lago Niassa, incluindo a aprovação da proposta do lago como um sítio Ramsar.

A Convenção de Ramsar (Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional) é o primeiro tratado intergovernamental de cooperação internacional para a conservação e sustentabilidade das chamadas “Zonas Úmidas”. Ao assinar o tratado, o País compromete-se a planejar territorialmente o uso sustentável do sítio, incentivando a legislação sobre o assunto. Também designa sítios adicionais para a lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, assegurando a sua conservação.

 
O mapa da reserva. Clique para ampliar (fonte WWF)
O mapa da reserva. Clique para ampliar (fonte WWF)

O Lago Niassa, que mede 2,96 milhões de hectares e 700 metros de profundidade, é o terceiro maior da África. O lago de águas tropicais e praias é o lar de cerca de 1.000 espécies de peixes da família dos ciclídeos, com apenas 5% encontrados em outros lugares. A região também é lar de populações de aves, mamíferos e répteis.

As comunidades locais do Lago Niassa foram fundamentais para alcançar o sucesso, fazendo várias concessões a fim de proteger a sua principal fonte de alimento e renda ao concordar com o encerramento de todas as atividades de pesca durante a desova do salmão do lago e outras espécies, bem como a proteção total da Tilápia . Além disso, uma equipe de guardas comunitários responsável pela administração distrital irá colaborar com a Marinha para fazer cumprir as leis existentes em torno da pesca ilegal, corte de madeira, migração ilegal, a mineração e pirataria.

O Lago Niassa é único e possui uma rica fauna aquática. Daí sua grande importância científica e econômica. O governo de Moçambique já possui plano de desenvolvimento do turismo, assim como promoção de melhor aproveitamento das riquezas do Lago pela população local, que tem densidade populacional de 6 habitantes por km2, segundo o site do Ministério do Turismo.

{iarelatednews articleid=”24770,21001,20040″}

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Análises
21 de outubro de 2024

O Brasil na vanguarda da sustentabilidade global

A Presidência brasileira propôs uma nova abordagem para a discussão da emergência climática e pautou a bioeconomia na esfera global

Notícias
21 de outubro de 2024

Estratégia brasileira de conservação reforçará as áreas protegidas e as soluções naturais

Digitalização de recursos genéticos e financiamento estão os grandes pontos de desacordo da COP16, a maior até agora

Colunas
21 de outubro de 2024

Encontro com a Rainha da Noite

Se deparar com a maior serpente peçonhenta das Américas em seu habitat é um privilégio cada vez mais raro

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 2

  1. José Verdasca diz:

    A medida agora adotada pelo governo moçambicano – antes alguns distinguiram-se por seus crimes – era indispensável, pelo que parabenizo os atuais governantes. lago de água doce não poluído, o Lago Niassa é uma RESERVA de água e peixe indescritível, sujeito a temporais e outros fenômenos telúricos impressionantes. A ilha Likoma – nas águas territoriais moçambicanas mas sob a soberania do Malawi – é um paraíso dispondo de boas ibstalações para turistas.


  2. José Verdasca diz:

    Quando residi na região do Lago Niassa falava-se que teria 600 metros de profundidade máxima; assisti em Metangula à vinda de Oeste para Leste de NÚVEM gigante de gafanhotos que obstruiu o Sol escurecendo o dia. A poucas dezenas de quilômetros a Norte e na margem fica o Cóbué, no prolongamento das Terras Altas da Tanzânia e altitudes acima de mil metros. Não conheci o salmão do lago.
    José Verdasca [email protected]