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A coordenadora de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), Mônica Brick Peres, considera o resultado péssimo. De acordo com ela, o número de espécies ameaçadas pode chegar a mais de 75%, se forem consideradas aquelas cujas informações são insuficientes para a classificação “A pesca excessiva e não regulamentada foi, e continua sendo, a maior ameaça para esse grupo nas águas brasileiras”, afirma. Ela compara os dados ao número de aves ameaçadas em todo o mundo. Um estudo recente calculou que 20% das espécies de aves do planeta estão ameaçadas de alguma maneira, um número considerado alto.
“Pescarias importantes no passado estão hoje colapsadas, como a pesca de cação-anjo, do cação-bico-doce, entre outras”, destaca a coordenadora da Coabio. “Apesar de muitas espécies já constarem em listas oficiais de espécies ameaçadas, elas continuam sendo ameaçadas pela captura acidental em diversas pescarias ao longo da costa brasileira”, completa.
O estudo avaliou 169 espécies. Além das extintas regionalmente, 29 foram classificadas como “Criticamente em Perigo” (CR), sete “Em Perigo” (EN) e 20 “Vulnerável” (VU). Apenas 31 foram avaliadas como “Menor Preocupação” (LC) e 16 como “Quase Ameaçada” (NT). Mas para 59 espécies não existem dados suficientes para a classificação.
Os peixes cartilaginosos formam a classe Chondrichthyes e vivem principalmente em águas marinhas, mas existem também espécies de arraias de água doce. Entre eles, muitos têm uma vida longa e mortalidade natural bastante reduzida, mas também possuem baixa fecundidade e pouca capacidade de reposição populacional. Além disso, na época da reprodução, se agregam em locais definidos. “Tudo isso os torna muito vulnerável à pesca”, lamenta Mônica.
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