Notícias

Adiada em uma semana votação do Código Florestal

Votação foi postergada para a próxima 3a feira (13/3) por desentendimento entre governo e base, além da falta do relatório final do Código.

Daniele Bragança ·
6 de março de 2012 · 13 anos atrás
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, em reunião com líderes partidários que definiram a data da votação do Código Florestal. Foto: ABr
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, em reunião com líderes partidários que definiram a data da votação do Código Florestal. Foto: ABr
Confirmando os rumores dessa manhã de adiamento, a votação foi postergada para a próxima 3a feira (13/3) por desentendimento entre governo e base, além da falta do relatório final do Código. Após a reunião que decidiu o assunto, o anúncio foi feito pelos líderes dos partidos: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Faltou o básico para a votação ser hoje. O relator Paulo Piau ainda nem mesmo entregou o parecer antes da reunião. Isso só deve acontecer na tarde dessa quarta, 07.

Houve falta de consenso em pelo menos dois pontos da matéria, o que travou a discussão. A primeira divergência é velha: gira sobre a chamada consolidação de áreas produtivas em áreas de preservação permanente. Paulo Piau quer liberar as antigas pastagens e plantações em morros, proibidas pelo antigo Código e que foram mantidas na versão do texto aprovada pelo Senado, que é apoiada pelo governo. Os ruralistas querem voltar ao texto anterior, aprovada na primeira votação da Câmara. Como são maioria, podem derrotar o governo no Plenário, repetindo o que fizeram em maio do ano passado, durante votação do relatório de Aldo Rebelo.

Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, levantou outra discordância: a regra criada para as cidades, no substitutivo do Senado, que exige uma reserva de 20 m² de área verde por habitante em cada novo empreendimento imobiliário, o que encareceria, e muito, a execução do programa “Minha Casa, Minha Vida”, um dos mais importantes da administração da presidente Dilma Rousseff.

O adiamento, para a próxima terça-feira (13/03) dará um tempo para que o governo consiga o acordo em torno dessas diferenças com a base. Não será uma tarefa fácil. Além dos pontos acima, existe ainda a possibilidade do relator resgatar a polêmica emenda 164, que dá aos estados o poder de decidir sobre as atividades que justificam a regularização de áreas desmatadas, além de garantir a consolidação de qualquer atividade produtivas em áreas de preservação permanente.

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Notícias
23 de abril de 2025

Quais os problemas brasileiros citados em relatório global sobre crimes ambientais?

Não se enfrentará realmente injustiças sociais, a crise do clima e a perda de biodiversidade sem frear ilícitos em variados setores

Reportagens
23 de abril de 2025

Agir diferente para um ter futuro 

Conversa em podcast debate questões sobre os impactos do capitalismo atualmente e novos caminhos para lidar com as crises

Análises
23 de abril de 2025

Fábricas de natureza: por que a conservação da biodiversidade é essencial para planejar o uso do território?

Mais do que nunca, é necessário internalizar que a natureza é nossa principal tecnologia e a maior aliada no enfrentamento das mudanças climáticas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.