Notícias

Sapinho de 3 dedos é mais nova espécie da Mata Atlântica

Durante levantamento em reserva no Paraná, pesquisadores descobriram um novo sapo, que vive no friozinho da parte alta da floresta

Vandré Fonseca ·
3 de agosto de 2012 · 13 anos atrás
Nova espécie mede apenas 1,5 centímetro de comprimento e vive em regiões altas da Mata Atlântica do Paraná. Foto: Divulgação.

Este sapinho acabou de ser descoberto. Ele mede 1,5 centímetro de comprimento e tem cor alaranjada. Só foi encontrado nas partes mais altas, acima dos 900 metros de altitude, da Reserva Natural Salto Morato, uma área 2,3 mil hectares de Mata Atlântica, administrada pela Fundação Grupo Boticário, em Guaraqueçaba, Paraná. A nova espécie foi denominada Brachycephalus tridactylus, devido a ter apenas três dedos nos membros da frente.

pequeno anuro foi encontrado em fevereiro de 2007, pelo biólogo Michel V Garey. Mas só no mês de junho deste ano, a descoberta foi publicada e oficialmente reconhecida na revista internacional Herptologica. É a segunda espécie descoberta na regiáo. Em 2002, pesquisadores descreveram o bagreListrura boticario, na mesma reserva.

A descoberta ocorreu durante um estudo da Universidade Federal do Paraná, com apoio da Fundação Boticário, que buscava comparar a diversidade de rãs, pererecas e sapos em paisagens distintas. Foram registradas 42 espécies de 9 famílias distintas. O B. tricactylus faz parte de um pequeno grupo de 5 espécies achadas em ambientes que não faziam parte do estudo.

Em todo o planeta, são mais de 6,7 mil espécies descritas de anfíbios. O Brasil tem a maior diversidade destes animais, com 946 espécies conhecidas até o momento. No Paraná, apesar de existiram mais de 120 espécies de anuros, existe pouca informação sobre eles, segundo Michel Garey.

“Estamos observando um declínio global dos anfíbios por diversos motivos: poluição da água e do solo, desmatamento, aumento da radiação ultravioleta, doenças, fungos, vírus… Enfim, precisamos preservar os locais onde eles ocorrem e estudar seus hábitos”, afirmou o pesquisador. “Esta espécie, por exemplo, ocorre no topo dos morros onde o clima é mais ameno e úmido. Com o aumento da temperatura, ela pode não ter para onde ir, pois não existem lugares mais frios para ela se mudar”.

 

Leia também

Reportagens
7 de fevereiro de 2025

Superexploração das águas subterrâneas está comprometendo a vazão dos rios no Brasil

Estudo constatou que mais da metade dos rios brasileiros pode sofrer redução no fluxo devido à transferência de água para os aquíferos

Notícias
7 de fevereiro de 2025

Governo do Piauí cria unidade de conservação na Caatinga

APA do Vale dos Buritis e Carnaubais tem como objetivo ajudar na conservação do bioma, com sua fauna e flora associadas, e recuperar áreas degradadas

Salada Verde
7 de fevereiro de 2025

Primatas do Parque Estadual do Rio Doce ganham guia de identificação

Guia de bolso ilustrado traz cinco espécies nativas e duas invasoras de macacos que podem ser observados no parque mineiro

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.