Notícias

Plataforma online vai mapear investimentos em biodiversidade

O Ecofunds é um portal aberto que será lançado em novembro durante o congresso da Rede de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe.

Fabíola Ortiz ·
2 de novembro de 2012 · 12 anos atrás

Pela primeira vez, uma plataforma online vai mapear os investimentos em conservação da biodiversidade em toda a Amazônia. O projeto chamado Ecofunds está sendo desenvolvido há quatro anos e deve ter sua versão final lançada no dia 5 de novembro, em Lima, no Peru, durante o congresso da Rede de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe (RedLAC).

O Ecofunds será um portal online aberto, que funcionará sob coordenação do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade). O portal reunirá dados de todos os projetos dos 24 fundos ambientais de 15 países da América Latina e Caribe. Até agora já passa de 1.000 o número de projetos cadastrados.

“A ideia surgiu em 2008 a partir de uma provocação para comparar os investimentos que são feitos, as instituições que investem e encontrar uma forma de mapear os projetos de conservação na região amazônica”, disse Camila Monteiro, gerente de comunicação e redes do Funbio. Em entrevista a ((o))eco, ela explicou que a ideia de criar uma plataforma deste porte é para servir de estímulo, gerar sinergias e identificar os vazios de investimentos. Ao mesmo tempo, permitirá evitar duplicidade no uso de recursos, ajudando a aplicá-los com mais eficácia.

Opção de três línguas

A ferramenta online terá versão em três idiomas (português, inglês e espanhol) e será aberta a instituições que queiram cadastrar e registrar seus investimentos, ou até mesmo divulgar projetos que precisam de recursos.

O foco inicial é na região amazônica, mas se der certo poderá se estender a outros biomas do continente.

No entanto, não basta apenas ter uma boa ideia, é preciso também aliar-se a ferramentas tecnológicas para concretizar o projeto. Desde 2008, a plataforma consumiu cerca de 700 mil dólares. Segundo Camila, parte deste recurso foi usada para financiar o trabalho das equipes em cada país na coleta de dados e boa parte na própria plataforma. Em quatro anos de desenvolvimento, o Ecofunds passou por tropeços e obstáculos tecnológicos, e a primeira versão do software não funcionou bem.

Uma empresa americana especialista em base de dados chamada The Munden Project  foi contratada para reestruturar a base e migrar os dados dos projetos cadastrados. E agora uma empresa brasileira de TI está trabalhando em uma nova versão da interface da ferramenta. Outro parceiro importante no desenvolvimento da plataforma foi a qx3, agência especialista em inteligência digital. “Estamos organizando o banco de dados, fazendo a integração com o Google Maps e trabalhando na apresentação do site”, explicou a ((o))eco Rodrigo Teixeira, diretor da qx3. A ideia é que todas as iniciativas sejam georeferenciadas.

Muitos dos projetos listados na plataforma são em unidades de conservação ou produção sustentável de comunidades que envolvem a participação de indígenas e povos ribeirinhos. Já estão cadastrados, por exemplo, projetos de associações comunitárias que produzem óleos essenciais para comercialização, produtos não madeireiros e de preservação de espécies ameaçadas na Amazônia.

A promessa é que até janeiro de 2013 a plataforma Ecofunds esteja pronta para ser acessada e navegada por qualquer um que tiver interesse em saber o que está sendo feito na Amazônia.

 

  • Fabíola Ortiz

    Jornalista e historiadora. Nascida no Rio, cobre temas de desenvolvimento sustentável. Radicada na Alemanha.

Leia também

Análises
19 de dezembro de 2024

Restauração muda paisagem em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná

Iniciado há 24 anos, plantio de 300 hectares de Mata Atlântica pela SPVS uniu ciência e alta tecnologia, em um casamento que deu certo

Colunas
19 de dezembro de 2024

Adiar não tornará mais simples a gestão de resíduos sólidos

Políticas públicas de gestão de resíduos sólidos são estruturantes para a transição em direção a uma economia circular e precisam ser tiradas do papel

Reportagens
18 de dezembro de 2024

Congresso aprova marco da eólica offshore com incentivo ao carvão  

Câmara ressuscitou “jabutis” da privatização da Eletrobras e assegurou a contratação, até 2050, de termelétricas movidas a gás e carvão. Governo estuda veto

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.