Manaus, que já é quente, está mais quente ainda. A cidade tem regiões secas que concentram ilhas de calor, em que a temperatura hoje é bastante superior a de áreas vizinhas, conforme revela estudo realizado pelos pesquisadores Francis Wagner Silva Correia e Rodrigo Augusto Ferreira de Souza, ambos doutores em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e professores do curso de Meteorologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). As variações chegam a 3ºC. O fato de a cidade ter crescido significativamente nas últimas décadas, sem planejamento urbano adequado, em um processo fortemente marcado pelo desmatamento urbano, está diretamente relacionado a estas mudanças. “Existe uma relação direta entre a intensidade das ilhas de calor urbanas em Manaus e o crescimento desordenado do espaço urbano”, explica Francis Wagner Correia. Ele ressalta que o fenômeno não se limita à capital do Amazonas, mas pode ser constatado em diversas outras capitais do Brasil.
O estudo em questão vem sendo acompanhado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) da cidade e pode ajudar no planejamento urbano. A capital do Amazonas não para de crescer e é hoje a sétima mais populosa do Brasil, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas imagens abaixo, é possível observar a relação direta entre o desmatamento e o avanço do asfalto e as ilhas de calor.
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Temperatura média da superfície em agosto e setembro de 2009


Clique aqui ou na imagem para ver em detalhes o desmatamento mais recente
Fontes de dados utilizados nesta reportagem:
O estudo sobre a formação de ilhas de calor foi enviado pelo autor ao site ((o))eco e o disponibilizamos neste link (arquivo word). As imagens de satélite que mostram o crescimento urbano de Belém e Manaus são da Environmental Systems Research Institute, Inc. (Esri). Os mapas com evolução do desmatamento em Belém e Manaus são do Infoamazonia.org, plataforma de mapas da Amazônia do site ((o))eco. Dados sobre evolução populacional das capitais na região norte estão disponíveis nas séries estatísticas do IBGE.
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