![[i]Drymoreomys albimaculatus[/i], roedor arborícola recentemente descrito, fotografado no](/wp-content/uploads/oeco-migration/images/stories/mai2014/Drymoreomys-animal.jpg)
No início de 2011, um grupo formado por Alexandre Reis Percequillo, do Departamento de Ciências Biológicas da USP de Piracicaba, Marcelo Weksler, do Museu Americano de História Natural, e Leonora Costa, da Universidade Federal do Espírito Santo, publicaram na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society a descoberta de uma nova espécie: Drymoreomys albimaculatus.
A descoberta é mais uma demonstração de que a Mata Atlântica, o bioma brasileiro mais estudado e, infelizmente, devastado, ainda guarda muitas surpresas.
O nome científico da espécie Drymoreomys albimaculatus significa, literalmente, rato das florestas e montanhas (Drymoreomys) com manchas brancas (albimaculatus). Tem esse nome porque é encontrado somente na floresta úmida das encostas orientais da Serra do Mar de São Paulo e Santa Catarina, o que o torna um gênero endêmico da Mata Atlântica.
O D. albimaculatus é um roedor de tamanho médio com cerca de 30 cm de comprimento da cabeça à ponta da cauda, e com massa corporal de 44 a 64 gramas. Os pelos do corpo são longos e densos, laranja-avermelhados na maior parte. As pequenas e arredondadas orelhas são cobertas com pelos dourados na parte externa e castanho-avermelhados na superfície interna. O ventre é acinzentado com manchas brancas. A cauda longa é completamente castanha e tem entre 14 e 17 centímetros.
A espécie parece ser adaptada às áreas montanhosas e de encosta, com densa floresta úmida. Foi encontrada em florestas perturbadas e secundárias, bem como em florestas intactas. Apesar disso, seus descobridores especulam que precisa floresta contígua para sobreviver. A época reprodutiva foi observada em diferentes momentos, o que sugere que a espécie se reproduza o ano todo. Devido às suas características morfológicas, como as grandes almofadas nas patas, acredita-se que tenha hábitos arbóreos, isto é, uma espécie que vive em árvores.
Embora a área de ocorrência do D. albimaculatus seja relativamente grande e inclua algumas áreas protegidas (por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Itajaí), a distribuição é pequena – só foi encontrado em sete localidades – e o habitat – a Mata Atlântica – é ameaçado. Por esta razão, os descobridores recomendam que a espécie seja classificada como Quase ameaçada na lista vermelha da IUCN.
Leia também
Guácharos: pequenos demônios
O Beija-flor-violeta
Guia: as aves do Pampa
Leia também

Até 2100, mais de 80% das espécies de anfíbios do Pantanal e entorno perderão áreas adequadas
Estudo realizado por pesquisadores do Brasil e da Suíça prevê que, mesmo em cenário otimista de emissões de gases do efeito estufa, haverá perda em 99% da área da bacia do Alto Paraguai →

Especialistas em meio ambiente vão ajudar a escolher novo diretor do INPE
Clézio De Nardin deixou o cargo após cumprir mandato de quatro anos. Carlos Nobre e Capobianco fazem parte do Comitê de Busca do novo diretor →

O javali no Brasil: passado, presente e futuro de uma “praga incompreendida”
Em 2025, o IBAMA prepara uma nova norma para o controle do javali no Brasil. Na prática, essas determinações podem contribuir para a multiplicação da praga no país →
Este roedor tbm habita a serra dos órgãos , e Itaipava, ja vimos famílias