As tartarugas-verdes (Chelonia mydas) são uma espécie de tartaruga marinha distribuída por todos os mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor de ilhas, no Brasil, em Fernando de Noronha (PE), Trindade (ES) e Atol das Rocas (RN). A espécie é classificada como Ameaçada pela IUCN, e como Vulnerável pelo ICMBio. Ao redor do mundo, a tartaruga-verde é protegida contra a exploração, e sua captura é proibida.
Apesar desta proteção, suas populações ainda correm perigo em razão da poluição dos mares e da destruição das praias de nidificação — seus habitats — pelo desenvolvimento urbano. Apesar da proteção formal, ainda sofre com redes de pesca, onde é captura por acidente, e com a caça ilegal.
A tartaruga-verde é chamada assim não pelas cores da pele ou do casco, mas à coloração esverdeada da sua gordura corporal. Ela também é conhecida por uruanã ou aruanã.
A cor da sua carapaça varia de indivíduo para indivíduo e até de jovens para adultos. Varia do verde-claro ao muito escuro, ou pode ter tons de amarelo, castanho e verde com listras radiantes. A parte inferior da carapaça, o palastrão, varia entre o branco e o amarelo nas populações do oceano Atlântico e apresenta tons mais escuros nas populações do oceano Pacífico.
Seu corpo é achatado, e tem tanto grande carapaça como nadadeiras. Essas tartarugas têm entre 112 e 120 cm de comprimento e pesam em média 160 quilos. Podem atingir os 230 quilos. A maior das tartarugas-verdes já registrada tinha 152 cm de comprimento e 395 kg.
Durante a vida, as tartarugas-verdes se estabelecem em diferentes habitats. Na época da postura de ovos, são encontradas em praias. Quando atingem maturidade passam a maior parte do seu tempo em águas costeiras rasas dotadas de ervas marinhas abundantes. Quando adultas, optam por baías costeiras, lagoas e baixios com pradarias marinhas. Essas mudanças de comportamento também atingem sua alimentação: enquanto jovens são onívoras; adultas, tornam-se principalmente herbívoras (fato único entre as espécies de tartarugas marinhas), embora possam se alimentar de medusas, moluscos, esponjas, ovos de peixes, restos de peixes e de outros animais marinhos.
Como outras tartarugas marinhas, as tartarugas-verdes migram longas distâncias entre as áreas de alimentação e as suas praias de incubação. Em alguns casos, nadam mais de 2.600 quilômetros para chegar aos locais de desova. Tartarugas adultas, fêmeas e machos, sempre retornam às praias onde eclodiram. As fêmeas saem do mar e põem ovos em ninhos que escavam durante a noite. Mais tarde, filhotes emergem em direção à água. Aqueles que sobrevivem alcançam a maturidade sexual ao fim de 20 a 50 anos e vivem até os 80 anos em liberdade.
Nas ilhas oceânicas do Brasil, o período reprodutivo começa em dezembro, com um pico reprodutivo entre os meses de fevereiro e março, que se prolonga até junho, quando nascem os últimos filhotes. As fêmeas das tartarugas-verdes desovam em períodos que variam de 2 a 4 anos, pondo até 5 ninhos em uma mesma temporada, com um intervalo de 2 semanas entre cada desova. Os ninhos são câmaras cavada na areia e depois cobertas. Em cada um deles, a tartaruga-verde põe cerca de 120 ovos, sempre à noite.
O esforço para proteger a Chelonia mydas atravessa o globo. Além de constar em várias listas de proteção e legislações locais, há também acordos internacionais como a Convenção Interamericana para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas e o Memorando de Entendimento sobre a Conservação e Gestão das Tartarugas Marinhas e seus habitats do Oceano Índico e do Sudeste da Ásia (IOSEA). No Brasil, a espécie é protegida dentro de várias unidades de conservação, há um Plano de Ação do ICMBio, conduzido pelo Projeto TAMAR, que realiza a pesquisa, conservação e manejo desta e das outras espécies de tartarugas marinhas brasileiras ameaçadas de extinção.
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