Em transmissão ao vivo através de sua página do Facebook, na noite de quarta-feira (24), o candidato Jair Bolsonaro (PSL) admitiu a possibilidade de não fundir os ministérios da Agricultura com o Meio Ambiente. O anúncio foi feito após receber críticas vindas de representantes do setor agrário.
“Está tendo um atrito agora, sobre se funde ou não o Ministério da Agricultura com o Meio Ambiente. Da minha parte, estou pronto para negociar. Eu falei para o pessoal do agronegócio que isso era importante e eles concordaram. Alguns, agora, estão discordando”, afirmou o presidenciável.
O recuo não significa mudanças em como o candidato pretende lidar com a questão ambiental. No mesmo pronunciamento, Bolsonaro afirma que chegará em um meio termo sobre a questão, mas se forem mantidos os dois ministérios, adianta que colocará como ministro de meio ambiente “uma pessoa que não tem vínculo com o que há de pior nesse meio que nós sabemos”.
“O coitado do agricultor, você produtor, você seja quem for quer uma licença ambiental, você leva aí 10 anos! Se é que você vai conseguir licença ambiental. Isso é crime! Vamos preservar o meio ambiente. Mas não vamos atrapalhar a vida de quem quer produzir no Brasil! Somos 208 milhões de habitantes. Uma das poucas coisas que estão dando certo no Brasil é a questão voltada para o agronegócio, para a agricultura familiar também. Não podemos atrapalhar o progresso do Brasil”.
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PS: a fala sobre rever fusão dos ministérios está a partir dos quinze minutos e trinta segundos.
Discordâncias
Talvez a resposta de Jair se deva às reações adversas vindas justamente de dentro do setor ruralista e industrial. No domingo (21), em entrevista ao Direto ao Ponto, do Canal Rural, o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, declarou ser contra a fusão dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Agricultura (MAPA). “Mal consigo dar conta da minha agenda em função das demandas que tem e abro mão de participar de diversos fóruns importantes porque não tem espaço nem tempo para fazer. Agora você imagina ter que lidar com as duas áreas, é muito difícil de isso dar certo e em algum momento um vai prejudicar o outro”.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou contrário à fusão das pastas do meio ambiente com a agricultura. Em entrevista, concedida ao Valor Econômico, publicada na segunda-feira (22), Robson Braga Andrade declara: “O problema do meio ambiente no Brasil não é problema da agricultura. Quem vai discutir problemas ambientais relativos a saneamento, a energias renováveis, a rodovias, ferrovias, portos?” E continua: “O Ministério do Meio Ambiente é importantíssimo. Vai passar todo o licenciamento da indústria, infraestrutura, de serviço, posto de gasolina, tudo isso vai passar a ser licenciado dentro do Ministério da Agricultura? Petróleo e gás vai ficar na Agricultura? Somos um dos países mais avançados em legislação ambiental, sempre discutindo a proteção da Amazônia, não tem o menor sentido acabar com o Ministério do Meio Ambiente”.
Robson Braga Andrade também não vê com bons olhos a ideia do Brasil se retirar do Acordo de Paris. O presidente da CNI diz que precisamos melhorar o acordo e que se não cuidarmos do meio ambiente, não haverá sustentabilidade. “Imagina quanto já investimos, na indústria brasileira, em questões ambientais, em redução de emissões. Aí, de repente, joga-se isso fora e vamos começar tudo de novo. Não é assim…”, afirmou Robson Andrade.
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Responde não. Eliminar bandido, qual o problema? Quando vcs falam em eliminar, genocídio, meter bala, etc é tudo figura de linguagem né? Pros outros é uma ameaça à democracia. De qualquer forma, é melhor vc se conformar com a eleição.
O problema é q não se elimina ninguém num contexto mínimo de civilidade, muito menos adversário político, como criminosamente defende esse estrupício covarde. Se a Sra não consegue ver isso, paciência, mas por mim pode poupar consideração. Abraço.
Patético O Eco colocar foto de adorador de torturador, que já disse que vai exterminar quem pensa diferente, todo se rindo, tipo um bolsonaro paz e amor. E fazer matéria enaltecendo a ideia de que o cara é um democrata, um estadista, que negocia. Nojento. Até vcs se venderam?
E tome mentira né, José Alberto? Onde ele disse que vai exterminar quem pensa diferente, infeliz? Mais um que vive de fakenews.
Fico pensando que mensagem essa reportagem quer passar aos leitores de O Eco, com essa imagem de um Bolsonaro risonho e feliz. Discurso vazio para tentar convencer parte do eleitorado dois dias antes da eleição.O que vale (e o que será cobrado) é o que está escrito no Plano de Governo. Não me engana.
Mas é um arregão mesmo kkkk. Imagina esse cagalhão negociando com Trimp, Putin ou com os chineses… tamo frito!