Depois de ter sido o grande antagonista na Conferência do Clima da ONU em 2019 (COP 25), o Brasil parece insistir no papel de travar as negociações de acordos globais para tratar da pauta ambiental. Segundo comunicado oficial feito pela presidente da Conferência das Partes para Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), Yasmine Fouad, objeções feitas pelo país impediram o acerto de orçamento de 2021 para o Secretariado da CDB. A nota foi enviada na última quinta-feira (19). Com isso, as reuniões da Convenção também foram adiadas, para haver mais tempo de consulta entre as partes. A sessão será retomada a partir de quarta-feira (25).
De acordo com a nota, o Brasil foi o único dos 196 países signatários que enviou um comentário para inserção de notas de rodapé nas decisões que vinham sendo rascunhadas pela Convenção. “O comentário constitui uma objeção à adoção dessas decisões pelo respectivos órgãos”, indica o comunicado. O orçamento atual do Secretariado da CDB termina dia 31 de dezembro de 2020 e o objetivo das reuniões é garantir o financiamento e a continuidade das ações da Convenção no próximo ano.
Esta é a segunda reunião extraordinária da CDB, que discute a implementação dos protocolos de Cartagena, sobre biossegurança, e de Nagoya, que regulamenta o acesso a recursos genéticos e a repartição de benefícios do uso de forma justa e equitativa.
Devido a pandemia, as reuniões estão sendo realizadas online. Segundo apurou o The Guardian, esta seria uma das razões apontadas pelo Brasil para travar a tomada de decisões, já que dificulta o acesso de nações mais pobres na mesa de discussões. ((o))eco entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores para esclarecimentos sobre a participação e posicionamento brasileiro na reunião, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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