No imaginário coletivo, a simples menção ao nome “Pão de Açúcar” basta para evocar os contornos da imagem que o mundo conhece: os dois morros unidos por um bondinho. A paisagem, entretanto, é sempre uma visão de longe. De perto, existe um Pão de Açúcar menos conhecido e que atende, inclusive, por outro nome: Monumento Natural. A área protegida municipal preserva não apenas o cartão-postal do Rio de Janeiro, mas toda a biodiversidade que pode ser testemunhada por aqueles que aproximam o olhar, como o fotógrafo Rafael Duarte, autor do livro “Pão de Açúcar – monumento natural”, lançado neste domingo (15).
Ao longo de mais de 170 páginas, o livro traz uma rica seleção de fotos do Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca, unidade de conservação municipal criada em 2006 que protege cerca de 92 hectares da Mata Atlântica que envolve os dois morros.
Carioca e ambientalista, Rafael documenta há anos e de forma íntima a montanha e seus seres, desde a flora e fauna, até os escaladores e trilheiros. “Livros de paisagens do Pão de Açúcar têm milhões, eu quis pegar justamente esse aspecto ambiental e natural, por ele estar também numa unidade de conservação, e fazer todo um caminho do olhar”, conta o fotógrafo em conversa com ((o))eco.
A narrativa visual do livro nos leva do macro ao micro, da paisagem ampla emoldurada pela Baía de Guanabara e pela cidade do Rio, às aves, flores, insetos e líquens protegidos pelo Monumento Natural do Morro da Urca e Pão de Açúcar. “O seu olhar vai se aproximando. Você vê imagens aéreas, com o contexto da cidade, aí você entra no bondinho, vai para escala humana, pros mirantes e aí você entra na unidade de conservação, na trilha, na escalada – porque não dá para falar de Pão de Açúcar sem montanhismo – e fauna e flora”, explica Rafael.
Entre as fotos estão registros especiais como o de uma jacupemba (Penelope superciliaris) e seus filhotes, um lembrete da biodiversidade que vive na área protegida.
O mergulho fotográfico em um dos ícones da cidade do Rio de Janeiro é também um convite ao contato com o ambiente natural, reforça Rafael Duarte, e, com isso, uma forma de reconectar as pessoas com a natureza. “É um polo de turismo de massa, com fácil acesso, e que é uma espécie de ecoturismo porque você está indo para cumes de montanhas, tendo contato com a floresta, mas sem precisar fazer uma atividade física, o que democratiza o acesso”, resume. Seja de bondinho ou pela trilha, que é gratuita, todos deveriam ir pelo menos uma vez na vida ao Pão de Açúcar, convida Rafael Duarte.
A obra foi realizada pela editora e produtora Bambalaio, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro (ISS), com patrocínio do Parque Bondinho Pão de Açúcar, Estácio | Instituto YDUQS, Quality House e ML Administradora e tem apoio do Monumento Natural dos morros do Pão de Açúcar e da Urca e da Secretaria Municipal de Ambiente e Clima.
Serviço:
Título: Pão de Açúcar – monumento natural
Autor: Rafael Duarte
Editora: Bambalaio
Páginas: 176
Preço: R$100,00
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