Símbolo da conservação da biodiversidade não apenas no Brasil, mas no mundo, o mico-leão-dourado foi destaque mais uma vez no palco internacional. Durante a COP30, a espécie ganhou duas áreas protegidas em seu habitat. O reconhecimento das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) reforça a missão da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), responsável pela gestão das novas unidades de conservação na Mata Atlântica fluminense, em proteger o primata ameaçado que vive apenas no estado do Rio de Janeiro.
Juntas, as reservas – RPPN Parque do Mico II e a RPPN Corredor Jennifer Mickelberg – somam cerca de 170 hectares no município de Silva Jardim e incluem áreas antigas de pasto que começaram a ser recuperadas com o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica pela AMLD. A criação de ambas foi oficializada na última semana.
A RPPN Parque do Mico II, reconhecida pelo Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea-RJ), amplia o Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, reserva criada em 2024 também pela AMLD, com 151 hectares.
Já a RPPN Corredor Jennifer Mickelberg, com cerca de 100 hectares, foi reconhecida pelo ICMBio, e representa um importante corredor ecológico pro mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Mickelberg foi uma bióloga que dedicou sua carreira à conservação do primata.
O certificado da reserva foi entregue em Belém, na Casa da Mata Atlântica, diretamente ao secretário executivo da AMLD, Luis Paulo Ferraz, que participa da COP30.
“A AMLD agradece a todos os envolvidos tanto na aquisição, restauração ecológica e criação dessas duas RPPNs”, conta o secretário executivo. “Foram muitos esforços para tornar esse momento possível”, completa. A organização atua desde 1992 pela proteção da espécie e da Mata Atlântica.

Travessia Mico-Leão-Dourado
Junto com as reservas, foi anunciada a criação da Travessia Mico-Leão-Dourado, uma trilha de longo curso que pretende conectar o habitat do primata. O anúncio da logomarca oficial do caminho e da sua governança foi feito no último dia 16, junto a representantes do poder público e da sociedade civil.
A implementação da travessia – em fase de mapeamento – conta com apoio do projeto GEF Áreas Privadas, que visa promover a integração da paisagem na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João.
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