Depois de 4 anos da gestão negacionista de Donald Trump, quando os Estados Unidos chegaram a sair do Acordo de Paris, sob comando do democrata Joe Biden, o país norte-americano corre para mostrar ao mundo seu compromisso com a causa climática. A própria organização da Cúpula do Clima, realizada nesses dias 22 e 23, e considerada uma prévia da COP26, já foi vista por especialistas como uma demonstração internacional de que os EUA – um dos países com a maior emissão de carbono, junto com a China – gostariam de liderar o enfrentamento da emergência climática. Para reforçar o compromisso assumido durante a campanha eleitoral, os EUA de Biden anunciou uma nova – e ambiciosa – meta: reduzir as emissões do país em 50-52% até 2030.
A meta anterior dos Estados Unidos, firmada no Acordo de Paris, em 2015, era reduzir 26-28% até 2025.
Em seu discurso, o presidente norte-americano comentou ainda que enxerga no enfrentamento às mudanças climáticas uma oportunidade de criação de emprego e desenvolvimento econômico e que por isso aposta em investimentos em infraestrutura, tecnologia e inovação. “Com esses investimentos e colocando as pessoas para trabalhar, nós vamos nos colocar no caminho para cortar as emissões de gases de efeito estufa na metade até o final desta década. É para isso que estamos caminhando, como nação. E é isso que nós podemos fazer, se nós agirmos para construir uma economia que não é apenas mais próspera, mas mais saudável, justa e limpa pro planeta inteiro. Esses passos vão direcionar a América no caminho de zerar as emissões líquidas da economia até 2050. Mas a verdade é que os EUA representam menos de 15% das emissões globais, nenhuma nação pode resolver essa crise sozinha”, afirmou o democrata em seu discurso.
“Nós estamos aqui nesta conferência para discutir como cada um de nós, cada país, pode definir metas climáticas mais ambiciosas, criar bons empregos, desenvolver tecnologias e ajudar países vulneráveis a adaptar aos impactos climáticas. Nós temos que agir rápido”, completou Biden.
A Cúpula do Clima também contou com outros chefes de Estado como Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China e Bolsonaro, do Brasil. Além dos presidentes e primeiros-ministros, participarão do encontro líderes indígenas, do setor empresarial e da sociedade civil.
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