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Município de Chapada dos Guimarães entra em situação de emergência por incêndios

Incêndios florestais têm assolado o município, mas até o momento fogo não entrou dentro do parque nacional, onde trabalho preventivo foi feito para tentar conter as chamas

Duda Menegassi ·
14 de setembro de 2020 · 4 anos atrás
Fogo avança na zona rural do município, mas ainda não entrou no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Foto: Eduardo Pires

Nesta segunda-feira (14), o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, assinou uma Portaria (nº 2.418/2020) na qual reconhece situação de emergência no município de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, devido a incêndios florestais. De acordo com fontes ouvidas por ((o))eco, apesar do avanço inclemente do fogo, até o momento o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi pouco atingido, com um total de 34 hectares afetados por incêndios este ano. Parte do esforço na unidade de conservação é para garantir que os trabalhos de prevenção através do Manejo Integrado do Fogo impeçam as chamas de entrarem na área protegida.

O parque está fechado desde março devido a pandemia da Covid-19, quando foi determinada suspensa a visitação em todas as unidades de conservação federais e ainda aguarda aprovação do plano de reabertura para voltar a receber visitantes, assim como outras áreas protegidas.

Um morador local ouvido por ((o))eco informa que a situação na Chapada dos Guimarães não está controlada e que o fogo segue forte no Vale da Benção, na zona de amortecimento do parque. “Aqui em Chapada dos Guimarães estamos sem sinal de controle nas queimadas, quando parece que controlou tem reignição [do fogo]. E alastra muito fácil porque está tudo muito seco”, relata Eduardo Vinicius, voluntário que atua junto com as brigadas da região.

Segundo ele, a vida dos moradores da região está sendo diretamente afetada pela fumaça, consequência dos fortes incêndios que atingem principalmente as áreas rurais do município. “Todo mundo fala que está sendo pior do que o ano passado porque na zona rural está queimando muito. Ainda não queimou no Vassoural, mas em todos outros vales já queimou, inclusive no Jamacá que é mais úmido, pois é mata de galeria, esse ano está queimando bastante. Está muito seco, está há cento e tantos dias sem chuva. No Parque Nacional, por incrível que pareça, estão conseguindo segurar bem, mas não sei até quando. Há uns 20 dias está difícil de respirar”, narra Eduardo.

Mapa mostra os focos de incêndio dentro do município entre 01 e 14 de setembro de 2020. Em destaque, em verde, os limites do parque nacional. Programa Queimadas/Inpe/Reprodução

Outra fonte ouvida por ((o))eco explicou que não há incêndios ameaçando o parque neste momento, apesar das muitas ocorrências tanto em Chapada quanto em Cuiabá, municípios onde está localizado o território da área protegida. O trabalho de Manejo Integrado do Fogo, que consiste de ações preventivas ao avanço das chamas, seria um dos principais responsáveis por isso. Até o momento, apenas 34 hectares do parque foram alcançados pelo fogo, a menor marca em 5 anos para o período da seca.

De acordo com a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, a equipe dos bombeiros trabalha na região desde o dia 1º de julho. “Um incêndio de grandes proporções iniciado em 19/08 que atingiu a área [o município] foi controlado há cerca de cinco dias. Equipes permaneceram no local fazendo o monitoramento e combates em alguns outros focos remanescentes, mas sem oferecer grandes riscos.Os trabalhos continuam na região, direcionado na região do mirante para evitar que as chamas se propaguem. Além disso também continua o monitoramento da vegetação do município para fazer o primeiro atendimento em focos que que venham a incidir no local”, relata a assessoria em nota.

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  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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