O primeiro-ministro Norueguês, Jonas Gahr Støre, parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória nas eleições presidenciais deste domingo, afirmando que os resultados das urnas são uma esperança para os esforços comuns entre as duas nações na luta contra as mudanças no clima.
“Parabenizo o presidente eleito Lula @LulaOficial por sua vitória após eleições livres e justas. Novas possibilidades se abrem para o Brasil – e para o importante papel que desempenha nos assuntos globais, e uma nova esperança para nossos esforços comuns de combate às mudanças climáticas”, disse Støre em sua conta no twitter nesta segunda-feira (31).
A manifestação da Noruega em relação às eleições presidenciais brasileiras é importante porque o país europeu é o maior doador do Fundo Amazônia, mecanismo internacional de financiamento de ações contra o desmatamento na floresta tropical.
Em 2019, a Noruega suspendeu a ajuda ao Brasil, depois que o então ministro Ricardo Salles mudou as regras de gestão do Fundo, alterações estas não combinadas e não aprovadas pelos países doadores.
Com a vitória de Lula, o país nórdico anunciou a retomada do financiamento. Também nesta segunda-feira, o ministro norueguês do Clima e do Meio Ambiente, Espen Barth Eide, destacou os compromissos assumidos pelo presidente eleito na proteção ao meio ambiente.
“O presidente eleito @Lulaoficial defendeu a proteção da Amazônia e seu povo ao longo de sua campanha, bem como em seu discurso de aceitação. A Noruega espera revitalizar nossa extensa parceria climática e florestal com o Brasil. @climateforest”, disse Eide, também em sua conta no Twitter.
À Agência France Press (AFP), o ministro norueguês tratou o Brasil como “parceiro global” e destacou a capacidade do país em frear os impactos das mudanças no clima.
“Parar o desmatamento na Amazônia é crucial se quisermos cumprir as metas do Acordo de Paris e as metas de desenvolvimento sustentável. As florestas em pé fornecem proteção contra as mudanças climáticas”, disse. “Saudamos o Brasil de volta como parceiro global nos esforços para reduzir o desmatamento. Estamos prontos para discutir”.
De acordo com o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 2,5 bilhões) aguardam para serem utilizados no Fundo, cujas doações estão condicionadas aos bons resultados nos projetos contra o desmatamento.
Além das mudanças em sua gestão, tanto Noruega quanto Alemanha, os maiores doadores do mecanismo, estavam descontentes com a política ambiental de Bolsonaro. Durante os últimos quatro anos, o desmatamento na Amazônia brasileira teve um aumento de cerca de 70%.
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