Este ano o Rio de Janeiro celebrou o retorno do maior felino das Américas. O registro de uma onça-pintada no estado depois de quase 50 anos, feito em julho no Parque Estadual da Serra da Concórdia, não foi um acaso. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ) revelou novas imagens que mostram a pintada novamente na unidade de conservação localizada em Valença, no sul fluminense.
Dessa vez, a cena, registrada em novembro por armadilhas fotográficas, mostra a onça-pintada (Panthera onca) desfilando várias vezes, de dia e de noite, num rio localizado no interior do parque. Em nota, o Inea-RJ afirmou que trata-se do mesmo indivíduo, um macho adulto, flagrado em julho e que ele vem sendo monitorado pelo órgão ambiental para o aprimoramento de políticas de proteção.
“Estamos trabalhando para assegurar que essa onça seja acompanhada e protegida, com câmeras equipadas com sensor de movimento, grupos de pesquisa e agentes de fiscalização. Flagras como este nos permitem estudar o comportamento do animal e avaliar a eficácia da nossa rede de monitoramento em benefício do animal”, conta o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS-RJ), Bernardo Rossi.
O comportamento do felino indica que a espécie estaria marcando o território, um indicativo da qualidade ambiental da área. Técnicos do Inea-RJ acompanham não apenas as imagens capturadas nas armadilhas fotográficas, mas também suas pegadas e fezes, que revelam uma dieta baseada em animais como capivaras, catetos e tapitis.
O órgão ambiental tem investido ainda em ações de educação ambiental para garantir a segurança tanto da onça quanto da população que vive no entorno do parque.
A onça-pintada era considerada extinta no Rio de Janeiro e, em toda a Mata Atlântica, estima-se que existam menos de 300 indivíduos. Em nota, o Inea-RJ destaca que o estado fluminense foi o único que aumentou a cobertura de vegetação nativa nos últimos 40 anos, com um aumento de 30% para 32% de área de floresta entre 1985 e 2024.
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