Agências e iniciativas de checagem se popularizaram em resposta à proliferação das ‘fakenews’ nos últimos anos. Agora, há uma iniciativa pioneira especializada no combate à desinformação sobre temas ambientais. A plataforma, lançada nesta segunda-feira (08) é a ‘Fakebook.eco’ e traz esclarecimentos sobre os principais mitos, verifica o discurso de autoridades públicas e informações falsas que circulam pelas redes dentro da temática do meio ambiente. A iniciativa é do Observatório do Clima e conta com a parceria de ((o))eco e outros portais de notícias ambientais e científicas.
A plataforma sistematiza de forma didática os principais mitos ambientais, as falácias frequentes e as verificações rápidas de declarações de autoridades, para ajudar a esclarecer distorções e informações equivocadas que circulam entre as pessoas, inclusive o negacionismo climático, que voltou a ganhar força no discurso político na fala de membros do atual governo, como o atual ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Além disso, há também um canal pelo qual o público pode enviar notícias suspeitas para averiguação.
“Infelizmente vivemos numa era de desinformação, frequentemente promovida pelo próprio governo, e de obscurantismo importado, em que até mesmo o negacionismo climático, que parecia superado no Brasil, anda conquistando espaço no debate público. Achamos importante ter um lugar que funcionasse como um repositório de informações na temática ambiental, juntando vários setores, e ao mesmo tempo fornecesse respostas rápidas para as fake news mais escandalosas”, explica o coordenador de comunicação do Observatório do Clima, Claudio Angelo.
Para marcar o lançamento, o Fakebook.eco traz um artigo sobre a Operação Verde Brasil 2 e o desmatamento na Amazônia, escrito pelo ex diretor do INPE, Ricardo Galvão, exonerado em julho de 2019, após o presidente Jair Bolsonaro questionar os dados de monitoramento do desmatamento do INPE. No site também está o segundo vídeo da série “Fatos Florestais”, produzido por Fernando Meirelles e com direção de Gisela Moreau, que traz o engenheiro florestal Tasso Azevedo e a atriz Marisa Orth num papo para esclarecer o tema licenciamento ambiental. Na página de verificações, o Fakebook.eco já checou as afirmações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o programa Floresta +, do governo federal.
O esforço em checar as fake news ambientais do governo de Jair Bolsonaro começou já em 2019, numa parceria do Observatório com Greenpeace e ClimaInfo, e resultou num livreto de 35 páginas, o Fakebook original, que incluía um roteiro mínimo a jornalistas, investidores e membros de governos e organizações internacionais que precisassem lidar com o discurso do governo sem ter conhecimento prévio da situação ambiental do Brasil. A plataforma Fakebook.eco nasceu de uma junção deste primeiro Fakebook com o Agromitômetro, feito desde 2018 pelo Observatório do Clima para checagem de informações ambientais.
Além de ((o))eco, o Fakebook.eco outros portais de notícias especializados em temas ambientais e científicos apoiam a iniciativa: Infoamazônia, Direto da Ciência, Projeto Colabora, e o blog O que Você Faria se Soubesse o que eu Sei?, do climatologista Alexandre Araújo Costa. Juntos, os veículos irão apoiar o Observatório do Clima na apuração e checagem das (des)informações ambientais.
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Ministério da Verdade – 1984
Quem gosta de reinterpretar e reescrever a história, e passar a boiada no meio da pandemia, é o Bolsonaro e seu séquito de dementes degenerados.
Ui…o imbecil chateou (já que tá podendo xingar aqui…)