Os governadores dos estados amazônicos decidiram reconduzir Waldez Goés (PDT), atual governador do Amapá, à presidência do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal para a gestão 2022.
Goés já havia ocupado o cargo entre março de 2019, quando o instrumento foi criado, até dezembro de 2020, ocasião em que Flávio Dino, governador do Maranhão, assumiu o cargo. A decisão foi tomada no final da última semana. Dino permanece na presidência até 31 de março.
De perfil bem mais contido do que Dino – que teve sua gestão na presidência do Consórcio marcada pela forte oposição a Jair Bolsonaro – Waldez Goés terá à frente o desafio de tirar do papel o Plano de Recuperação Verde, lançado pelos governadores da Amazônia Legal em julho de 2021, e destravar recursos do Fundo Amazônia.
O Plano de Recuperação Verde foi criado, entre outros motivos, para fazer frente ao fracasso do Governo Federal em conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia. Ele é dividido em quatro grandes eixos: freio ao desmatamento ilegal, desenvolvimento produtivo sustentável, tecnologia verde e capacitação e infraestrutura verde. O Plano ainda está em sua fase inicial de implementação.
Já o Fundo Amazônia tem, desde 2019, R$ 2,9 bilhões bloqueados pelo Governo Federal, devido à um imbróglio causado pelo então Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com os países doadores. Salles tentou modificar a forma como o Fundo era gerido e fez acusações infundadas sobre a existência de irregularidades nas doações. As tais irregularidades nunca foram comprovadas. A paralisação do Fundo é alvo de ação judicial no Supremo Tribunal Federal e os governadores já anunciaram que têm negociado diretamente com doadores.
O Consórcio de governadores da Amazônia Legal foi criado para que os estados pudessem executar entre si cooperações, convênios, execução de obras públicas, compartilhamento de serviços e cooperações técnicas conjuntas, com vistas ao desenvolvimento sustentável da região como um todo.
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