Colunas
26 de agosto de 2004

O Silêncio das Elites

Participação da comunidade nas questões ambientais não é fácil, mas pode ser a única salvação. O problema é o autoritarismo das burocracias, a alienação das elites e a não representatividade de muitas organizações.

Por Sérgio Abranches
26 de agosto de 2004
Notícias
25 de agosto de 2004

Passe-livre para os felinos

Reservas ambientais não são mais suficientes para impedir a extinção de grandes espécies, principalmente quando se trata de predadores. A população de leões na África, por exemplo, diminuiu drasticamente na última década porque os animais estão encurralados: ou eles sobrevivem dentro dos limites de parques nacionais – o que vai contra a natureza da espécie – ou se arriscam em campos vigiados por fazendeiros armados. Para tentar encontrar uma solução que satisfaça tanto os homens quanto os bichos, grupos de conservação em diferentes países estão criando corredores de mata que ligam reservas ambientais. Essa iniciativa, que já foi adotada no Brasil há alguns anos, agora está sendo aplicada na África e na Índia. Os fazendeiros são incentivados a ganhar dinheiro com turismo ao permitir que grandes felinos cruzem suas propriedades. Os visitantes selvagens geram mais lucros do que prejuízos. A revista americana Time, edição de 23 de agosto, traz matéria de capa sobre o tema. O acesso à versão online é pago.

Por Lorenzo Aldé
25 de agosto de 2004
Reportagens
24 de agosto de 2004

Duplo padrão

Ambientalistas criticam a Petrobras por fazer, no Equador, coisa que as leis brasileiras a impedem de fazer por aqui: explorar petróleo em Parques Nacionais.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Notícias
24 de agosto de 2004

Carga da pesada

A Polícia Federal apreendeu no Amapá carga com 600 quilos de urânio e tório em julho passado. Foi avaliada em R$ 1,4 milhão. A polícia já sabe quem é o dono da carga, cujo destino era São Paulo, de onde provavelmente seguiria para o exterior. Será indiciado por crime ambiental e crime de usurpação de material pertencente à União. Em estado bruto, o urânio não representa perigo ambiental iminente. Para ficar radiotativo, precisaria passsar por processo industrial de enriquecimento. Lê-se o texto em 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Notícias
24 de agosto de 2004

Inseticidas proibidos

O governo proibiu a produção e comercialização de inseticidas domésticos baseados no clorpirifós, diz a Folha de S. Paulo (só para assinantes). São acusados de causar danos ao sistema neurológico de seres humanos. Entre os 63 produtos há uma penca de marcas famosas na luta contra as baratas, como Baygon, Raid e SBP. O meio ambiente, e as baratas, agradecem. A leitura é rápida.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Notícias
24 de agosto de 2004

Aliança partida

O governo inglês, habitual aliado de Washington em política externa, vai seguir seu próprio caminho em relação ao meio ambiente. O ministro do Meio Ambiente do atual gabinete de Tony Blair, Lord Whitty,  revelou ao Guardian (gratuito) que em setembro, quando o primeiro-ministro fará um aguardadíssimo discurso sobre mudanças no clima, seu governo vai se distanciar de vez de George Bush. Pretende inclusive criticar a hostilidade americana ao tratado de Kyoto. Blair tem um incentivo forte para fazer a mudança de rumo. Pesquisas indicam que o meio ambiente é um dos seus calcanhares de Aquiles nas eleições que acontecerão no início do ano que vem. Alguns analistas dizem que ela o deixa até mais frágil do que a desatrada invasão do Iraque. A leitura demora uns 5 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Notícias
24 de agosto de 2004

Eldorado

O The New York Times (gratuito, pede cadastro) toca num assunto que anda passando ao largo da imprensa brasileira. Os garimpeiros remanescentes do período dourado de Serra Pelada, na década de 80, hoje vivem no cenário devastado e inundado da velha mina sonhando em encontrar um ouro que sumiu e ganhar uma ação contra o governo federal movida pela sua cooperativa. Ela acusa o governo de ter manipulado para baixo o preço do ouro que era recolhido no local e pede uma indenização de cerca de R$ 150 milhões. Em 1992, o garimpo foi proibido e a área de Serra Pelada foi declararada Reserva Histórica Nacional. Mas o Congresso, de olho no voto de quem insistia em ficar por lá reverteu a decisão e deu título de propriedade aos garimpeiros. Há uma segunda cooperativa no local e a relação entre as duas lideranças de garimpeiros é tensa. Uma empresa americana pagou recentemente US$ 240 milhões pelo direito de explorar uma área de 247 acres que pertence a alguns garimpeiros. Os gringos fizeram prospecção e juram que ainda há 250 toneladas de ouro debaixo da terra em Serra Pelada. É leitura um pouco longa. Pede mais de 5 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Notícias
24 de agosto de 2004

Fantasma da fome

O Financial Times (área gratuita) diz que a China está diante de uma crise de abastecimento sem precedentes. Sua agricultura não consegue alimentar a população e, por essa razão, ela se tornou o maior importador de alimentos do planeta. A raiz do problema é técnica e ambiental. Os campos chineses estão sofrendo com o empobrecimento do solo, a erosão e a seca prolongada. O país revive a lembrança dos períodos de fome que assolaram a população nas décadas de 50 e 60, no século passado. Lê-se a reportagem em 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
Análises
23 de agosto de 2004

Salvar baleias!

De Jordan Paulo WallauerVeterinário - IBAMA Li a matéria do Hélio Muniz sobre salvamento de baleias e gostaria de fazer um comentário. Há poucos anos uma baleia jubarte, meio envolvida em trapos de redes de pesca, encalhou na praia, no Estreito, entre a Ilha de Santa Catarina e o continente. Como técnico do IBAMA (sou Veterinário), fui chamado para avalar o que se podia fazer. Minha esposa, também técnica do Instituto, participou do resgate. Com ajuda de populares, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Ambiental, logramos, sem muito esforço, devolvê-la a águas mais profundas. No período em que parte do corpo do animal ficou fora d'água, mantivemos a mesma coberta por lençóis molhados. Tudo o que fizemos além disso foi mantê-la no local até que a maré subisse e a livramos das redes. Dois dias após a mesma baleia encalhou outra vez, na Praia de Jurerê, e outra vez fomos chamados, e mais uma vez populares, bombeiros e policiais ambientais participaram da operação sob nosso comando. Encontramos a baleia em águas muito rasas, com cerca de 1/2 corpo fora d'água. A maré estava baixando ainda mais. Constatamos que uma rede ainda enlaçava a nadadeira direita na parte imediatamente posterior à cauda. Enquanto cortávamos a rede, imediatamente começamos a cavar sob o mesmo, para evitar que o peso do corpo do animal (avaliamos em cerca de 9 toneladas) comprimisse os pulmões, de tal forma que em menos de duas horas conseguimos manter o cetáceo em uma espécie de piscina, com menos de 1/3 do corpo fora d'água, desta vez sem a necessidade de cobrí-la com lençóis, pois já se fazia noite. Enquanto esperávamos a maré subir e verificando que as ondas só empurrariam a baleia para a praia, buscamos peças de um pier flutuante que estava armazenado em uma marina, e com eles construímos duas balsas. Sobre essas balsas montamos uma estrutura improvisada, de madeira de construção (essas que apoiam lajes em processo de concretagem) de maneira a evitar que, uma vez postas em torno da baleia, e puxadas por um rebocador do corpo de bombeiros, não comprimissem o seu corpo. Postas as duas balsas, uma a cada lado do corpo do cetáceo, elaboramos uma espécie de cama, trançando mangueiras de incêndio por baixo do animal que foram amarradas nas balsas. O trabalho todo levou umas 10 horas, tempo em que nunca se deixou de tirar areia de baixo da jubarte, mesmo com a maré subindo. Com a maré alta, a estrutura toda, com a baleia em seu interior, foi puxada pelo rebocador, enquanto tentávamos remover areia à sua frente, formando um caminho, pouco mais profundo, por onde a passagem era facilitada. O animal só foi liberto a umas duas milhas da praia, tendo saído da estrutura nadando normalmente e, logo após, dando um mergulho profundo. Ou seja, tecnologia há para desencalhar baleias, conhecimento e técnicos o próprio IBAMA tem. Só não se entende por que, neste último caso ocorrido no Rio de Janeiro e em alguns casos anteriores acontecidos posteriormente ao trabalho acima relatado (e que, na época, teve ampla divulgação na mídia), jamais foram utilizados.

Por Redação ((o))eco
23 de agosto de 2004
Colunas
23 de agosto de 2004

Governança Responsável

Está ficando cada dia mais difícil maquiar a postura ambiental e social das empresas. Os consumidores já conhecem muitos truques e já existem analistas olhando para esses comportamentos como indicadores de qualidade da governança das empresas.

Por Sérgio Abranches
23 de agosto de 2004
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