Um espetacular Jardim do Éden, um cenário de conto de fadas. As palavras são de Bruce Beehler, ornitologista e vice-presidente da Conservação Internacional ao descrever as Montanhas Foja, na Indonésia. O lugar ficou fora do alcance de cientistas internacionais até dezembro do ano passado, quando 11 pesquisadores conseguiram pisar no que é considerada a maior e mais bem preservada floresta tropical da Ásia. Em uma expedição de duas semanas, mais de 40 novas espécies de animais e plantas foram descobertas. Entre elas, 20 sapos, quatro borboletas, um canguru e flores gigantes.
Mas o que mais estarreceu a equipe foi o encontro, no segundo dia, com um exemplar macho da espécie conhecida como ave do paraíso. O pássaro foi descrito em 1897 pelo ornitólogo alemão Otto Kleinschmidt,depois nunca mais foi visto. No começo da década de 80, o escritor Jared Diamond, autor de “Armas, Germes e Aço” e “Colapso” esteve na região e observou uma fêmea. Mas apenas um exemplar macho seria capaz de comprovar se tratar da mesma espécie. Imaginava-se que o raro animal vivesse na Nova Guiné, mas onde exatamente era um mistério.
Segundo Beehler, as montanhas de Foja são a terra prometida dos biólogos que procuram o desconhecido. Num país de 222 milhões de habitantes, esse lugar se manteve com uma população minúscula que não tem o costume de entrar na floresta. Em duas semanas no mato, os pesquisadores não encontraram vestígios de presença humana e os animais se aproximaram deles sem medo.
A Conservação Internacional cedeu a O Eco fotos de alguns animais e plantas descobertos na expedição. Clique aqui para ver o slide show. Se você quiser ver mais imagens, sugerimos a reportagem do Washington Post sobre esse paraíso recém descoberto.
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