O processo foi realizado após discussão com o Conselho Consultivo e vistoria realizada por uma equipe do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o chefe do Itatiaia, Walter Behr. Já a equipe de manejo de trilhas, comandada pelo analista ambiental Luiz Coslope (o primeiro servidor do parque a morar na parte alta, do planalto), já iniciou os trabalhos para a recuperação de todos os vinte quilômetros de trilha, inclusive com a mudança de traçado nos trechos mais erodidos e abertura de vegetação em pontos considerados críticos.
Em comunicado oficial, o Coordenador Geral de Visitação do ICMBio, Ernesto Viveiros de Castro, que também participou da vistoria, avisa que existe a pretensão de abrir novos atrativos em outros parques, com regras claras de uso. Para ele, a aprovação da Rebouças-Mauá, via Rancho Caído, é importante porque se tratava de uma demanda histórica dos montanhistas e pelo fato de ser um parque símbolo do país. A trilha contorna o Pico das Agulhas Negras, passa pelas nascentes dos rios Aiuruoca e Preto e chega até o Vale das Cruzes, em Visconde de Mauá. No meio do caminho, cruza cachoeiras e a floresta Alto Montana do Itatiaia.
Distante cerca de três horas da capital do estado Fluminense, perto da divisa com São Paulo, o parque nacional é um dos pontos de parada obrigatórios para montanhistas e amantes das caminhadas. Isso porque, nos últimos anos, outras travessias de fundamental relevância também foram liberadas ao público. São os casos da Rebouças-Sede (a Rui Braga, que leva do Planalto até a Parte Baixa do parque) e da Rebouças-Mauá, via Serra Negra. Os visitantes também podem pernoitar no camping do Abrigo Rebouças, o mais alto do país, a mais de dois mil metros de altitude, já situado dentro da unidade e próximo das Agulhas Negras e das Prateleiras, famosas formações rochosas da região.
Entre as dicas mais importantes, além do necessário bom condicionamento físico e experiência em esportes de aventura, o visitante deve se precaver contratando um guia da região, cadastrado no parque, e levar roupas quentes. Embora a maioria dos dias seja claro na metade do ano, o frio chega forte a partir das 16h. “A mudança brusca de tempo acontece muito rápida em campos rupestres, de altitude. Ela torna qualquer trilha perigosa, reduz consideravelmente a visibilidade. Não se pode fazer uma trilha sem alguém experiente ao lado, porque a maior parte dos acidentes do montanhismo acontece na volta, não na ida. O objetivo nunca deve ser o cume, e sim a volta com segurança”, avisa Daniel Toffoli, analista ambiental do Parque Nacional da Tijuca e antigo servidor do Itatiaia.
Serviço:
Para fazer as travessias no Itatiaia é necessário reservar pelos telefones (24) 3352-1292/8694 ou pelo e-mail [email protected], com 10 dias de antecedência. A capacidade varia de 20 a 40 pessoas por dia. Maiores informações aqui.
Serra dos Órgãos
A temporada de montanhismo também se estende ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), na região serrana do Rio de Janeiro, um dos mais procurados do país ao lado do próprio Itatiaia, Iguaçu e Tijuca (o campeão de público). Apenas em julho, segundo Leonardo Boquimpani, coordenador de uso público do PARNASO, a média é de 8.500 turistas em todos os atrativos. Para este ano, as novidades principais ficam por conta do Abrigo do Açu, cujas operações começaram no final do ano passado, e o site de venda de ingressos pela internet, lançado em abril. Vale lembrar que as entradas são limitadas e que o visitante deve ter em mente as Regras de Conduta Consciente em Ambientes Naturais.
Entre os passeios mais procurados estão as trilhas curtas (na Sede de Teresópolis: Trilha Mozart Catão, Trilha Cartão Postal e Trilha Suspensa; na Sede de Petrópolis: Circuito das Bromélias) e as de montanha, como as subidas para o Sino e o Açu. Mas a grande pedida dos aventureiros ainda é a Travessia Petrópolis-Teresópolis, considerada uma das mais belas do Brasil. Mas há também outras atividades, como as escaladas (no Dedo de Deus) e o rapel (Gruta do Presidente). Estas, é claro, são atividades de risco e devem ser feitas com guias profissionais, assim como travessias e trilhas.
“É importante que o turista se planeje com antecedência, para que ele tenha os conhecimentos e equipamentos necessários para a atividade que quer praticar. No nosso site temos diversas informações úteis, como a Cartilha do Caminhante Consciente, distribuída a todos os visitantes que vão para as áreas de montanha, e a lista dos condutores de visitantes cadastrados pelo parque. Para um turista que planeje fazer a Travessia e que não tem experiência e conhecimentos suficientes das áreas de montanha, nós recomendamos que ele contrate um condutor de visitante, pois existem áreas em que a orientação é difícil, áreas íngremes e trechos técnicos onde o uso de cordas pode ser necessário”, explica Boquimpani.
Serviço:
Ingresso*** | Utilização de trilhas de montanha | Trilhas de montanha (dias adicionais – sábados, domingos e feriados) | Trilhas de montanha (dias adicionais – 2º a 6º feira) | |
Brasileiros | R$ 11,00* | R$ 16,50 ** | R$ 8,25 | R$ 1,65 |
Estrangeiros | R$ 22,00 | R$ 33,00 | R$ 16,50 | R$ 3,30 |
* Moradores dos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis tem 80% de desconto sobre essa taxa (R$ 2,20). ** Membros de clubes excursionistas tem desconto de 50% sobre essa taxa (R$ 8,25). *** Maiores de 60 anos e menores de 12 anos são isentos do pagamento de ingresso. |
Caminhos:
Sede Teresópolis: Pegar a BR 116 até a entrada da cidade, onde fica a sede. Área de estacionamento.
Sede Petrópolis: Seguir pela BR 040, pegar a saída para o distrito de Correias e andar até o bairro do Bonfim, seguindo as placas que indicam o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Poucas vagas em propriedades particulares.
Outros destinos
Mas não é só no estado do Rio de Janeiro que há boas atrações para curtir as férias de inverno. Em São Paulo, a Travessia da Serra Fina (Mantiqueira) é uma excelente pedida para os viajantes e aventureiros profissionais. Trajeto completo entre três e quatro dias, quase não oferece água natural, com exceção da região em torno da Pedra da Mina. Ao longo do percurso, o visitante passa por campos de altitude, mata de altitude (sendo uma parte sem a trilha) e campos rupestres. A dica é procurar a agência Aventura e Vida.
Também no estado paulista, mas agora em Santos, a visita que dura um dia ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (criado em 1993) é o destaque. É lá em que atua o Instituto Laje Viva, uma ONG criada em 2003 por mergulhadores indignados com a caça e pesca ilegal dentro do parque, dono de rica biodiversidade marinha. Para fazer passeios basta entrar em contato com os operadores credenciados pela diretoria da unidade de conservação. A época é excelente para visualização das raias mantas.
Outras duas boas dicas são as caminhadas e observação de aves nos Campos de Cima da Serra e a contemplação de aves patagônicas na Lagoa dos Peixes. Veja abaixo dois textos de especialistas nas duas regiões: Adrian Eisen Rupp, biólogo e colaborador do Laboratório de Ecologia e Ornitologia do Instituto de Pesquisas Ambientais da Universidade Regional de Blumenau, e João Batista Cardozo, condutor na Lagoa do Peixe.
Para conhecer muitos outros destinos ecoturísticos pelo Brasil, também é indicada uma visita ao site “Viagem na Natureza”, uma iniciativa da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) com apoio do Ministério do Turismo. Nele, é possível analisar o conteúdo a respeito de dezenas de viagens, como parques nacionais, todos os biomas e atividades relacionadas. A interatividade entre o consumidor final (o turista, em si) e empresas especializadas no segmento é um dos grandes chamarizes do portal.
A ABETA, aliás, coleciona dicas para passeios turísticos, veja abaixo algumas para os Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e Aparados da Serra.
Chapada dos Veadeiros
1 dia: faça a trilha clássica do parque, que vai até os dois saltos do Rio Preto. Na base da primeira queda, forma-se a maior piscina natural da Chapada, com 300 metros de diâmetro. Aproveite para tirar fotos do Jardim de Maytrea, no caminho para a entrada do parque.
3 dias: mergulhe no Vale da Lua, almoce o prato típico da região, a matula, e espie o pôr do sol do Mirante de São Jorge. Entre no circuito de aventura com arvorismo, tirolesa e rapel na Cachoeira Almécegas I. E não deixe de curtir as rodas de papo nos barzinhos de São Jorge ou Alto Paraíso, à noite.
5 dias: experimente os tesouros escondidos na cidade de Cavalcante, a porta de entrada do parque menos conhecida pelos turistas. Ir até as cachoeiras de Santa Bárbara e da Capivara leva um dia inteiro. Em Alto Paraíso, a Catarata dos Couros é uma atração que demanda tempo de deslocamento, mas compensa pelo visual.
Aparados da Serra
1 dia: se é curta sua estadia nos Aparados da Serra, faça a Trilha do Vértice, em torno do Cânion do Itaimbezinho. Depois, vá conhecer o Cânion da Fortaleza.
3 dias: com mais dois dias, sobra tempo para percorrer trilhas um pouco mais longas, como a do Cotovelo e a da Pedra do Segredo. Complete a viagem com o boia-cross no Rio Mampituba ou algum cachoeirismo.
5 dias: caso esteja procurando mais aventura, vale fazer a bela trilha do Rio do Boi, por dentro do Itaimbezinho. Quem gosta de pedalar, pode descer a Serra do Faxinal sobre duas rodas. No último dia, aproveite o Lajeado das Margaridas para relaxar.
Texto de Batista (Lagoa dos Peixes)
O Parque Nacional da Lagoa do Peixe constitui-se em uma da áreas mais ricas em aves aquáticas da América do Sul, contando atualmente com o registro de, aproximadamente, 216 espécies entre residentes nidificantes, invernantes de zonas mais meridionais e limnícolas do Neártico, em trânsito e invernantes. É região crítica para vários representantes a exemplo de maçaricos e batuíras, que usam a Unidade de Conservação como ponto de parada na sua rota migratória. Exemplos mais comuns: piru-piru, batuíra (várias espécies), trinta-réis (várias espécies), talha-mar, albatroz, biguá, garça-moura,garça-branca-grande, garça-branca-pequena, socozinho, maçaricos (várias espécies), colhereiro, urubu-de-cabeça-preta, marrecas, tachã, gavião-caramujeiro, gavião-carijó, gavião-caboclo, chimango, caracará, falcão, saracura-do-banhado, jaçanã, martim-pescador, pingüim-de-magalhães e os famosos FLAMINGOS!!!! A existência e a inter-relação destes ambientes fornece ao PNLP características peculiares e atributos que lhe confere grande importância em nível mundial sendo considerado Reserva da Biosfera, Sítio Ramsar e Reserva Internacional de Aves Limnícolas. Por ostentar um mosaico de ambientes naturais, como mata, dunas, banhados, praia, laguna e mar, é considerado um “Paraíso Ecológico entre a Lagoa e o Mar”. Com riquíssima flora e fauna e pela quantidade de nutrientes que a Lagoa do Peixe oferece, atrai aves migratórias dos mais remotos lugares do Planeta, motivo de visitação de pesquisadores brasileiros e do exterior. TURISMO NA REGIÃO DO PARQUE NACIONAL DA LAGOA DO PEIXE – EM TAVARES/RS O PNLP possui grande potencial turístico, inclusive em nível internacional, relacionado à OBSERVAÇÃO DE AVES MIGRATÓRIAS, SAFARI FOTOGRÁFICO E CONTEMPLAÇÃO DE NATUREZA, além de constituir-se em uma área de recreação e lazer em potencial para a população dos municípios da região. Estes ambientes, cada vez mais, deverão atrair turistas, sempre com uma visitação orientada pelos condutores locais. Através da formatação adequada de um produto turístico, ou seja, de acordo com o permitido no Plano de Manejo do Parque e de acordo com os interesses da comunidade, foi possível ter diferentes produtos turísticos adequados para entrar e permanecer no mercado turístico. Estes produtos do “ROTEIRO DA LAGOA DO PEIXE” estão disponíveis para o visitante de qualquer lugar do país e de fora dele, com estrutura adequada para passeios em off-road nesta região . Texto elaborado por João Batista Cardozo – Condutor na Lagoa do Peixe
Roséli Azi Nascimento – Bióloga EXPÔR
Contato: LAGOAS EXPEDIÇÕES |
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