Reportagens

Queimadas em Unidades de Conservação dobram no primeiro semestre de 2015

 Foram identificados 10.036 focos de incêndio entre 1º de janeiro e 22 de junho de 2015, enquanto em 2014 havia 4.798, um aumento de 109,23%.

Paulo André Vieira ·
25 de junho de 2015 · 10 anos atrás
Número de focos de incêndio mais que dobrou em 2015. Foto: Marcio Vieira / Arquivo Secom-TO.

O Brasil está queimando mais em 2015, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número de focos de queimadas e incêndios florestais dentro de Unidades de Conservação federais e estaduais no primeiro semestre mais que dobrou em relação ao mesmo período de 2014. Este ano já foram identificados 10.036 focos de incêndio no período entre 1º de janeiro e 22 de junho de 2015, enquanto em 2014 havia 4.798, um aumento de 109,23%.

Uma das razões para isso pode ser encontrada nas águas do Pacífico Equatorial, que este ano estão mais quentes do que a média. Este é um dos sinais de que o clima em 2015 está sob a influência do El Niño. O fenômeno muda os padrões de vento, afetando os regimes de chuva em regiões tropicais e causando uma temporada de seca mais quente do que o normal.

Tocantins, Maranhão e Bahia foram os estados com o maior número de focos de incêndio em Unidades de Conservação tanto em 2014 quanto em 2015. Para se ter uma ideia de como a situação em 2015 é preocupante, apenas dois estados, São Paulo e Distrito Federal, apresentaram uma redução no número de focos de incêndio, como é possível observar na tabela a seguir:

height=”500

O Cerrado queima

Nos meses analisados, o bioma com o maior número de focos de incêndio em UCs foi o Cerrado, com 4.423, seguido pela Mata Atlântica, com 2.569. Com exceção do Cerrado, que aumentou em cerca de 58% o número de focos, nos demais biomas eles mais do que dobraram de um ano para o outro.

height=”500

 

 

Leia Também
Parque Nacional de Pacaás Novos é barreira ao desmatamento em Rondônia
IMAFLORA 20 anos: Como tudo começou na Floresta Nacional do Tapajós
Maria Tereza Pádua: “Estão acabando com as Unidades de Conservação”

 

 

 

  • Paulo André Vieira

    Produtor Editorial formado pela UFRJ, atua em ((o))eco desde 2007 escrevendo sobre geojornalismo e cuidando da edição e gestão do site.

Leia também

Reportagens
21 de fevereiro de 2025

Até 2100, mais de 80% das espécies de anfíbios do Pantanal e entorno perderão áreas adequadas

Estudo realizado por pesquisadores do Brasil e da Suíça prevê que, mesmo em cenário otimista de emissões de gases do efeito estufa, haverá perda em 99% da área da bacia do Alto Paraguai

Notícias
20 de fevereiro de 2025

Especialistas em meio ambiente vão ajudar a escolher novo diretor do INPE

Clézio De Nardin deixou o cargo após cumprir mandato de quatro anos. Carlos Nobre e Capobianco fazem parte do Comitê de Busca do novo diretor

Análises
20 de fevereiro de 2025

O javali no Brasil: passado, presente e futuro de uma “praga incompreendida”

Em 2025, o IBAMA prepara uma nova norma para o controle do javali no Brasil. Na prática, essas determinações podem contribuir para a multiplicação da praga no país

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.