Estão ganhando tons internacionais as manifestações contra o decreto que, segundo ambientalistas, espeleólogos e pesquisadores, dará margem à destruição de até oito em dez cavernas brasileiras. Com a publicação do texto pelo governo brasileiro, grupos de espeleologia na Argentina enviaram carta-protesto contra a medida ao presidente do Mercosul, Carlos Alberto Álvarez. O texto foi enviado pouco antes da reunião de ministros de Meio Ambiente do bloco econômico e reforça o alerta da Federación Espeleológica de América Latina y el Caribe (Fealc), feito há um ano, ao presidente Lula, sobre os perigos do decreto ao patrimônio espeleológico nacional.
Com dois meses para a definição de critérios de relevância, que poderão facilitar ou dificultar a destruição de cavernas, os espeleólogos conseguiram no parlamento, por enquanto, apenas o apoio do deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP). Ele protocolou medida para suspender o decreto governista. Também tentaram o deputado José Carlos Aleluia (DEM/BA), opositor ferrenho de Lula e natural de Campo Formoso. No município baiano, está a maior caverna conhecida no país, a Toca da Boa Vista. Por enquanto, nenhum aceno do parlamentar.
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