Segundo ambientalistas, a bacia do rio Maranhão já está totalmente isolada por usinas e barragens, enquanto a bacia do rio Paranã está florestada em vales, grotas e encostas, formando refúgios para sobrevivência de inúmeras espécies em uma das mais importantes áreas para conservação do Cerrado no país.
À partir do ano 2000, o rio Maranhão, a oeste da serra do Paranã, foi represado ao longo de mais de quinhentos quilômetros por quatro grandes usinas em série – Serra da Mesa; Cana Brava; São Salvador; e Peixe-Angical. E isso levou ao “isolamento biológico” nas regiões sudoeste, oeste e norte próximas à Chapada dos Veadeiros e suas unidades de conservação, pela inundação do leito de mananciais e centenas de milhares de hectares de terras baixas florestadas.
Até mesmo a bacia do rio Preto, que corre em parte por dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, foi inundada em grande extensão pela represa Cana Brava. Já a hidrelétrica Peixe-Angical inundou setenta quilômetros do rio Paranã, já no Tocantins, ao norte do parque nacional.
Na geografia montanhosa da Chapada dos Veadeiros, “corredores biológicos” são formados justamente pela vegetação que margeia córregos e pequenos rios. Sem isso, a vegetação e animais perdem sua capacidade natural de renovar e melhorar sua genética, com empobrecimento generalizado do Cerrado.
Por essas e muitas outras que o estudo de bacia para construção das usinas preparado pela Rialma é considerado fraco e incompleto por ecologistas e está sendo analisado a fundo em busca de mais erros e inconsistências. Tudo pela sobrevivência de Veadeiros.
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