Os alagamentos do adequadamente nomeado Jardim Pantanal, em São Paulo, mostram a imbecilidade da expansão urbana para dentro das várzeas dos rios. O que poderia ter sido prevenido, se leis fossem obedecidas, agora custará os tubos aos contribuintes que terão que bancar a remoção de famílias que, para começo de conversa, nunca deveriam ter construído suas casas na várzea do rio Tietê.
Não ocupar áreas de várzeas para evitar estragos como os do Jardim Pantanal e outros que estamos vendo Brasil afora não é uma estratégia cujo acerto demande grande poder intelectual, e a desocupação de várzeas ocupadas ou isoladas por diques é um trabalho em andamento em países que sofreram cheias catastróficas, como a Alemanha.
Estudo publicado na revista Science por pesquisadores norte americanos advoga que as várzeas devem ser o que deveriam ser, áreas de inundação sazonal, como forma de evitar os estragos resultantes de cheias que deverão piorar graças às mudanças climáticas. Os serviços fornecidos por áreas que evitam a inundação de regiões urbanizadas e terras agrícolas podem ser a base de um mercado que pague pela desocupação e manejo daquelas.
Enquanto isso, no Brasil, ruralistas, mineradoras de areia e os empresários da favelização batem firme para que as várzeas continuem a ser ocupadas e todos paguem o pato.
Leia também
2024 é o primeiro ano em que a temperatura média da Terra deve ultrapassar 1,5ºC
Acordo de Paris não está perdido, diz serviço climatológico europeu. Confira a galeria de imagens com os principais eventos extremos de 2024 →
Obra milionária ameaça sítio arqueológico e o Parna da Chapada dos Guimarães, no MT
Pesquisadores, moradores e empresários descrevem em documentário os prejuízos da intervenção no Portão do Inferno →
Soluções baseadas em nossa natureza
Não adianta fazer yoga e não se importar com o mundo que está queimando →