Salada Verde

Tecnologia contra a acidificação dos oceanos

Modelos de computador desenvolvidos no Reino Unido podem indicar o limite de absorção de carbono pelos mares.

Redação ((o))eco ·
23 de agosto de 2010 · 15 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

O aquecimento global tem provocado mudanças em diversos ecossistemas ao redor do planeta. Debaixo d’água as conseqüências podem ser graves já no final deste século. Tudo porque as emissões de dióxido de carbono na atmosfera provocam mudança no pH das águas e consequentemente um aumento na acidez dos oceanos. Mas um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, lança mão da tecnologia para ajudar na preservação dos mares do planeta.

“As nossas simulações computacionais permitem prever o impacto que a rapidez da redução das emissões terá no futuro na acidificação dos oceanos e ajuda a informar que decisões políticas podem ser adotadas para combatê-la”, explica Dr. Toby Tyrrell, um dos pesquisadores responsáveis.

A preocupação é coerente. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera é a maior dos últimos 800 mil anos. Há fortes evidências que foram as mãos humanas as responsáveis por esse recorde. Queima de combustíveis fósseis, desmatamentos, queimadas, poluição… E apesar de tanta fumaça que prejudica nossa atmosfera, esse cenário poderia ser pior.

“Os oceanos absorvem cerca de um terço das emissões de dióxido de carbono, que ajudam a limitar o aquecimento global. Mas a absorção de dióxido de carbono pelos oceanos também aumenta a sua acidez, com efeitos potencialmente nocivos para a calcificação de organismos como os corais e os ecossistemas que eles apóiam”, acrescente o Dr. Tyrrell.

O esquema abaixo explica o cliclo do carbono nos oceanos

A média do pH da superfície global dos oceanos já diminuiu de cerca de 8,2, em 1750, para 8,1, hoje. Uma diminuição do pH corresponde a um aumento da acidez dos mares. Segundo simulações da pesquisa, a média do pH poderia cair para entre 7,7 e 7,8, em 2100, se as emissões do dióxido de carbono não forem controladas. Caso haja um controle agressivo das emissões, os que moram no mar poderão comemorar. Estima-se que haja um pico de liberação do dióxido de carbono, em 2016, seguido de uma redução drástica de 5% nos anos seguintes. O nível do pH dificilmente atingiria números abaixo de 8,0, no último ano do século XXI.

“Quanto antes soubermos é bom porque essa taxa de mudança seria sem precedentes por milhões de anos. Deve ser uma preocupação a rapidez com que os organismos poderiam se adaptar a essa transformação depois de um longo período de relativa estabilidade no pH do oceano”, aponta o Dr. Tyrrell.

As mudanças no nível do pH dos séculos subseqüentes dependerão de quanto a taxa de emissões de dióxido de carbono podem ser reduzidas a longo prazo. E para isso não há máquina que possa agir no lugar das mentes e mãos humanas. (Thiago Camara)

Leia também

Salada Verde
11 de julho de 2025

Câmara aprova PL que proíbe testes de cosméticos em animais

Projeto de Lei 3.062/2022 acaba com uso de animais em atividades de ensino, pesquisas e testes que visem o desenvolvimento de cosméticos. PL vai à sanção presidencial

Notícias
11 de julho de 2025

Pinguins encalhados no litoral do Rio chamam atenção para cuidados com a espécie

Inverno marca o período de migração dos pinguins-de-magalhães que durante seu trajeto para águas mais quentes, podem encalhar, debilitados, nas praias brasileiras

Notícias
11 de julho de 2025

Expedição mapeia mais de 90 espécies no Parque Estadual Caminho dos Gerais, em Minas

Mais de 70 espécies de anfíbios e répteis, além de 22 espécies de serpentes foram identificadas em parque que conecta Caatinga e Cerrado

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.