Nesta terça-feira começa, de fato, a tramitação da Medida Provisória 571, editada pelo Planalto para tapar os buracos deixados pelos vetos ao Código Florestal. A comissão mista formada para analisar a MP é composta, em sua grande maioria, por parlamentares que votaram pelas mudanças do Código Florestal pró-ruralista. Mais de 600 emendas já foram apresentadas para alterar o texto.
A comissão mista é formada por 14 deputados e 13 senadores e a maioria votou a favor de um texto pró-ruralista. Dos 14 deputados titulares da comissão, 10 votaram pelo texto do relatório de Paulo Piau (PMDB-MG), que foi aprovado pela Câmara e sofreu 12 vetos e 32 modificações da Presidência da República. Já entre os que votaram contra participam da comissão os deputados Sarney Filho (PV-MA), Bohn Gass (PT-RS) e Márcio Macêdo (PT-SE). O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), não compareceu no dia da votação. Com relação aos senadores, a maioria absoluta votou sim pelo texto de mudança do Senado: 12 dos 13 senadores titulares votaram a favor, o que o governo defendia para o Código Florestal. Parte da MP recupera o que foi votado no Senado. O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) não compareceu na votação.
Amanhã, Dia Mundial do Meio Ambiente, também será o dia da primeira reunião da Comissão Mista, marcada para as 14h. O Congresso escolherá o relator e o presidente da Comissão Mista criada para analisar a matéria. O deputado Bohn Gass (PT-RS) deverá presidir a comissão e o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) a relatoria, mantendo assim a proporcionalidade das bancadas no Congresso. Luiz Henrique foi um dos relatores do Código Florestal durante a tramitação da lei no Senado.
Até a noite dessa segunda-feira, 04, fim do prazo, cerca de 620 emendas já tinham sido apresentadas para alterar a medida provisória. Só na manhã dessa segunda-feira, mais de 400 emendas foram protocoladas. Segundo um funcionário do Senado Federal, não há como contar ainda o número exato de emendas que estão sendo apresentadas, pois o número mudou a cada hora. O total de emendas será divulgado na próxima quarta-feira.
Após passar por essa comissão, o texto será votado pelo plenário da Câmara dos Deputados, seguindo então para votação no Senado. As duas casas do Congresso têm até o dia 8 de outubro para votar a matéria.
Gostou desse artigo? Leia Também
Hoje morreu o antigo Código Florestal Brasileiro
Silêncio de Dilma desrespeitou o espírito da Constituição
Quem vier depois que se arranje
Leia também
Mudanças climáticas: o denominador comum entre fogo na Califórnia e na Amazônia
Incêndios florestais que assolam Califórnia há oito dias já consumiram mais de 16 mil hectares. Clima mais seco e quente tem aumentado propagação das chamas →
Alta mortalidade de muriquis-do-norte gera alerta sobre futuro da espécie
Com mais de 40 anos de pesquisa, análise pioneira revela aumento abrupto nas taxas de mortalidade da população de muriquis em Caratinga desde 2016 →
Podcast: A luta coletiva contra a especulação imobiliária nos manguezais
No Ceará, moradores de comunidades tradicionais se organizam em coletivos para resistir à perda de identidade dos territórios →