Em entrevista à edição da Revista Época dessa semana, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) afirmou que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) possui um acordo com o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes “para não criar unidades de conservação sem dotação orçamentária”. A informação veio numa resposta em que a senadora explica seu apoio a presidente Dilma mesmo ela estando num partido que tem ligação com grupos contrários aos interesses dos produtores rurais, como o MST.
“O que me faz apoiar a presidente Dilma é a resposta que ela deu à agropecuária”, afirmou a presidente da CNA à revista Época, após enumerar as razões: a falta de criação de Unidade de Conservação, o “fortalecimento dos assentamentos, em detrimento da ampliação desbragada de assentamentos” e a paralisação da expansão de terra indígena, onde “desde abril de 2013 não são publicadas novas portarias de ampliação”.
Procurados pela reportagem de ((o))eco, a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente afirmou que não há acordo formal entre o ministério e a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) sobre criação de Unidades de Conservação e que a senadora poderia estar se referindo a política institucional adotada pelo ministério de não criar unidades com passivos fundiários e sem condições de implementação. Essa política institucional fez o governo Dilma quase ganhar de Collor no quesito quem criou menos áreas protegidas. Em 4 anos, foram criadas apenas 3 Unidades de Conservação: Parque Nacional Marinho da Ilha dos Currais, Parque Nacional da Furna Feia e a Reserva Biológica Bom Jesus.
Efeito Marina
A entrevista da revista Época ocupa 3 páginas da última edição da revista e tem como pauta a opinião da líder dos ruralistas acerca da confirmação da candidatura de Marina Silva para a presidência da República. Abreu critica o que chama de radicalismo ambiental da candidata Marina. Reclama que a postura da ex-ministra sempre prejudicou a imagem dos produtores rurais “nos centros urbanos e também no exterior” e defende Dilma.
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