Desmatamento e outras mudanças em habitats, caça e demais explorações diretas e muitas vezes criminosas, crise do clima, poluição e espécies invasoras já estão prejudicando todos os tipos de vida em todas as regiões do planeta.
As perdas médias de biodiversidade são de 18% nas áreas impactadas, sobretudo de grandes vertebrados, no Brasil de espécies como onça-pintada, cervo-do-pantanal, anta, capivara, ema e sucuri-amarela.
Essas são algumas constatações de um dos maiores estudos já feitos sobre os estragos de atividades humanas na diversidade biológica. Seus autores usaram mais de 2 mil pesquisas para comparar cerca de 50 mil locais afetados com não atingidos pela mão humana.
Enquanto isso, outras duas análises não geram menos preocupações para quem entende o valor da biodiversidade para o equilíbrio ecológico planetário, bem como para o presente e futuro de economias e outras atividades humanas.
Relatórios da FAO, sigla em Inglês da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, destacam a perda acelerada de diversidade genética em florestas e nos vegetais que alimentam as pessoas. Estamos cada vez mais usando e plantando um número reduzido de espécies.
Já um estudo publicado na revista SSRN aponta que, quanto maior a dependência de uma empresa de recursos naturais, maior o impacto negativo dela sobre a biodiversidade. O artigo avaliou 26 mil companhias em 115 países, de 2010 a 2022.
Setores como agricultura, pesca, papel e celulose são altamente dependentes de qualidade ambiental, climática e dos solos. Mesmo assim, raramente divulgam ou admitem sua dependência estrita da natureza.
Por isso, o trabalho sugere que investidores prestem mais atenção a isso, exijam maior transparência e que esses parâmetros sejam finalmente associados a riscos financeiros negativos.
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