Quatorze crias vivas de arraia-olho-de-pavão (Potamotrygon motoro) traficadas foram flagradas semana passada no Aeroporto de Manaus (AM), onde receberiam mais oxigênio antes de seguir viagem. Os animais iam para São Paulo (SP), onde seriam vendidos ou seguiriam em voos internacionais.
No intento de burlar a fiscalização, os peixes foram declarados nas guias de transporte como tucunarés (Cichla vazzoleri), outra espécie comum no continente americano. Todavia, um fiscal desconfiou da discrepância entre carga e descrição e mobilizou o flagrante.
A advogada que tentou despachar as arraias foi presa pela Polícia Federal e responderá por crimes de falsidade ideológica, biopirataria, maus-tratos e exportação ilegal de animais. Desde janeiro de 2022, ela enviou 628 pacotes com características semelhantes, mostram registros aduaneiros.
Os animais foram repassados a um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama. A arraia-olho-de-pavão atinge 1 metro de comprimento e até 15 kg. A espécie é ameaçada de extinção no Brasil, mas tem alta busca por criminosos para ser criada e exibida em grandes aquários de água doce.
Conforme a Receita Federal, casos de tráfico de espécies silvestres são considerados “delitos menores” pela população, mas estão ligados e financiam o crime organizado que maneja drogas, armas e munições através das fronteiras e território brasileiros.
Com informação da Freeland Brasil, A Crítica e G1.
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