Salada Verde

Aumenta o número de guardas-florestais assassinados no mundo inteiro

Hoje, o maior risco vem de criminosos organizados e bem armados envolvidos no contrabando de madeira. Só no ano passado, 185 indígenas, ativistas e guardas-florestais foram mortos

Sabrina Rodrigues ·
8 de dezembro de 2016 · 8 anos atrás
Salada Verde
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Aproximadamente 25 guardas-florestais foram assassinados por caçadores ilegais e por contrabandistas de madeira, a maior parte na África e na Ásia. Foto: Wayne National Forest.
Aproximadamente 25 guardas-florestais foram assassinados por caçadores ilegais e por contrabandistas de madeira, a maior parte na África e na Ásia. Foto: Wayne National Forest.

Pelo menos 110 guardas-parques foram assassinados em 2016 no mundo inteiro. De ataques de animais silvestres a mortes por minas terrestres, os números demonstram que a função é arriscada no mundo inteiro. Mas, um dado particularmente preocupante é que, pelo menos, 25 guardas-parques foram assassinados por caçadores ilegais e por contrabandistas de madeira, a maior parte na África e na Ásia. Ser baleado e empurrado de um penhasco, levar golpes de machado até a morte e ter o seu helicóptero abatido por caçadores é como os guardas-florestais estão sendo eliminados. A maioria é assassinada a tiros. E a matança continua. Essa situação alarmante é apontada num artigo para o The New York Times do vice-presidente da Wildlife Conservation Society, Joe Walston, que identifica a precariedade e os riscos a que são submetidos os guardas-florestais. Segundo Walston, os guardas são mal remunerados e além disso, não possuem equipamentos necessários para se defender. Walston diz ainda que governos e grupos ambientalistas devem trabalhar arduamente para reverter essa situação fornecendo melhor treinamento, financiamento, prestígio e respeito a esses profissionais. Hoje, o maior risco vem de criminosos organizados e bem armados envolvidos no contrabando de madeira. Só no ano passado, segundo o Global Witness, 185 indígenas, ativistas e guardas-florestais foram mortos no mundo inteiro, um aumento de 59 por cento em relação a 2014 e o maior desde que o grupo começou a compilar esses dados, em 2002. Para Joe Walston, a solução final seria retirar o lucro da caça furtiva e os recursos do contrabando.

Fonte original: The New York Times

  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 1

  1. Wallace Trovador diz:

    Triste. Lutar pela vida se tornou atividade arriscada..uma vergonha parta a humanidade!