A vespa nativa do continente americano Doryctobracon areolatus foi certificada pelo governo para controlar a mosca-da-fruta, cujos danos à produção brasileira são de R$ 180 milhões anuais. É o primeiro fitossanitário com biodiversidade nativa e tecnologia 100% nacional.
O controle ocorre porque as vespas põem seus ovos nas larvas das moscas. Ao eclodir, as larvas do parasitóide se alimentam das segundas, dando cabo do inseto danoso à agricultura. Os estudos sugerem a liberação de 10 mil vespas em cada hectare cultivado.
As pesquisas duraram mais de 12 anos e foram capitaneadas pela Embrapa Clima Temperado e pela startup Partamon, incubada numa empresa vinculada à Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
O feito abre portas para empresas registrarem o uso do parasitoide na produção convencional e orgânica no país, como de mangas, no Nordeste, de laranjas, em São Paulo, de maçãs e pêssegos, no Rio Grande do Sul. Isso reduz o uso de agrotóxicos e amplia o controle biológico nacional.
Cerca de 90% da tecnologia já está pronta para uso, mas alguns estudos persistem para melhorar as orientações aos produtores e para validar seu uso em escala comercial. As informações são da Embrapa Clima Temperado.
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